Votorantim torna-se a 5ª maior do mundo em zinco
Com a compra de 99% da usina peruana de Cajarmarquilla, concluída na semana passada, a Votorantim Metais (VM), empresa do grupo Votorantim, tornou-se a quinta maior produtora mundial de zinco. Cajamarquilla pertencia à canadense Teck Cominco e à japonesa Marubeni e custou à Votorantim US$ 210 milhões. A VM assume e operação em 15 de dezembro próximo.
A produção no zinco da VM vai atingir 275 mil toneladas neste ano. Com as 130 mil toneladas de Cajamarquilla, a extração deverá atingir cerca de 405 mil toneladas em 2005. Assim, no ano que vem, a VM responderá por cerca de 4% da produção mundial. A primeira nesse ranking é a Korea Zinc (900 mil toneladas de produção anual), seguida pela australiana Zinfex (670 mil toneladas), a suíça Xstrata (600 mil toneladas) e pela belga Umicore (572 mil toneladas). A produção mundial de zinco atinge cerca de 10 milhões de toneladas por ano. Antes da aquisição, a VM ocupava a décima colocação. Segundo o diretor superintendente da VM, João Bosco, a aquisição vai gerar sinergias entre as operações de zinco no Brasil e no Peru, aumentando a competititividade da empresa. ‘A redução dos custos fixos vai aumentar a competitividade a médio e longo prazo’.
Segundo o executivo, a VM passará a contar com apenas uma organização responsável pela aquisição de concentrado de zinco, que será localizada no país andino. A VM importa 43% do concentrado de zinco que consome no Brasil de minas peruanas. Neste ano, serão 224 mil toneladas, no valor de US$ 75 milhões. O minério é usado na unidade de metalurgia do metal de Juiz de Fora (MG).
Para 2004, a VM estima alcançar faturamento de R$ 16,1 bilhões, ante os R$ 14,8 bilhões de 2003. A meta é dobrar essas vendas em cinco anos (de 2001 a 2006) e, para isso, está investindo US$ 350 milhões em aquisições, expansões e otimização de ativos. O faturamento da unidade de negócio zinco cresceu 5% em cinco anos, passando de US$ 152 milhões em 2000 para US$ 341 milhões em 2004.
Com o negócio, o zinco passa a responder por 42% do faturamento da VM e passa a ser o negócio mais rentável da VM, que também produz níquel e aço. Antes da aquisição, respondia por 34% e era superado pelas operações de níquel em rentabilidade. Segundo Bosco, uma equipe da VM está no Peru analisando as sinergias e dentro de três meses poderá detalhar melhor as sinergias que poderão ser criadas.
De acordo com Bosco, a VM pretende investir no desgargalamento da capacidade de produção da unidade. Cerca de 36% das vendas da usina ficam no mercado doméstico. Outros 25% são destinados para a América Latina, 17% para a Ásia e África, 10% para os EUA e 12% para o Japão.
Segundo o executivo, a empresa poderá analisar oportunidades para a compra de outros ativos no Peru. ‘A empresa está atenta e vai procurar ativos que possam agregar valor ao grupo. O Peru é um país com vocação mineral, com energia competitiva, e que poderá criar grandes oportunidades para a VM’. A empresa pode estar interessada em uma unidade de mineração de zinco, já que o Peru é um grande fabricante de concentrado de zinco. O país fabrica 1,24 milhão de toneladas de zinco e exporta cerca de 1 milhão de zinco contido em concentrado. Segundo Bosco, a usina adquirida, além de mais moderna que as da VM, possui logística privilegiada que poderá otimizar as exportações da empresa para as Américas, Japão e Ásia.
A usina peruana fica próxima ao Porto de Callao, em Lima, o que facilita as exportações. Cajamarquilla fica a 25 quilômetros de Lima, e a unidade é acessível tanto por ferrovia como por rodovia. Num primeiro momento, disse Bosco, os US$ 210 milhões da compra serão pagos pela VM. ‘Mas o Peru tem fontes de financiamentos competitivas e poderemos buscá-las. O Peru tem um risco País menor que o Brasil e por isso o custo de capital é menor’.
Segundo o executivo, os custos de energia são cerca de 15% menores. ‘Enquanto no Brasil o MW/hora custa acima de US$ 40, no Peru está em US$ 38, e a tendência é desse preço abaixar’, afirmou Bosco, que disse acreditar que os preços do zinco se mantenham no patamar de US$ 1 mil a US$ 1,1 mil a tonelada durante 2005. Construída pelo governo peruano em 1981, a um custo de US$ 309 milhões, Cajamarquilla foi privatizada em 1995 para a Cominco e Marubeni e possui 488 funcionários.
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