Volatilidade da economia mundial redefine riscos para o setor de mineração e siderurgia
A alocação de capital subiu para o topo da lista de riscos para as empresas de mineração e siderurgia em todo o mundo, de acordo com o estudo anual Business Risks facing mining & metals report 2010, divulgado hoje. No capítulo sobre a nacionalização de recursos, que subiu de 9º para 4º maior risco em 2010, o Brasil é citado como bom exemplo por encorajar o beneficiamento interno de metais.
“O governo brasileiro tem buscado particularmente encorajar a Vale a incrementar seus investimentos em siderurgia, criando mais empregos no País em vez de enviar o minério de ferro para processamento no exterior”, aponta o relatório. O Brasil também é citado no sétimo risco, que diz respeito ao acesso à energia, pelas preocupações com a capacidade de atendimento ao crescimento da demanda.
“A nacionalização de recursos está rapidamente se tornando um risco para empresas de todo o mundo, à medida que governos de todo o planeta buscam recuperar seus tesouros com o fim da crise financeira”, explica Carlos Assis, sócio da área de consultoria em riscos da Ernst & Young. “O exemplo mais marcante é o imposto sobre o lucro na Austrália, mas isso é parte de uma tendência global preocupante. Canadá, Índia e China aumentaram as taxas de royalties recentemente.”
Outros riscos – A escassez de profissionais com as competências requeridas subiu de 6º (em 2009) para o segundo lugar da lista, com a gestão de custos em terceiro lugar. “Mas é a alocação de recursos que está criando os mais complexos desafios para as empresas do setor”, afirma Assis. “A volatilidade nos preços das commodities, o fluxo de caixa, o apetite por riscos e a disponibilidade de capital estão determinando os próximos passos das empresas do setor”.
No ano passado, o tema sequer aparecia entre os 10 principais riscos. “O ambiente de incerteza econômica e mudanças significativas sobre as taxas de retorno esperadas, nível de endividamento, impostos e o custo da dívida estão desafiando os benchmarks de alocação de capital”, explica Assis. “As empresas têm precisado revisitar suas práticas nesse campo.”
Os 10 maiores riscos estratégicos para negócios no setor de mineração e siderurgia são:
Dez maiores riscos em 2010 – Posição em 2009
1 – Alocação de capital (17)
2 – Escassez de competências (6)
3 – Gestão de custos (1)
4 – Nacionalização de recursos (9)
5 – Manutenção de licença para operação (4)
6 – Acesso à infraestrutura (7)
7 – Acesso seguro à energia (8)
8 – Acesso ao capital (3)
9 – Volatilidade de preço e de câmbio (11)
10- Preocupação com as mudanças climáticas (5)
A avaliação é de que, enquanto em 2009 a lista de riscos que mais preocupavam as empresas era dominada por custos, consolidação e capital, em 2010 é o aspecto dos suprimentos que está ressurgindo em função da rápida recuperação do setor.
“Insuficiência de material humano qualificado e infraestrutura insuficiente voltam a ser assuntos-chave no setor e podem levar a atrasos de projetos ou impactar a produção futura”, explica.
Se, por natureza, o negócio de mineração é de riscos, a velocidade de mudança do mercado e o nível de volatilidade nos últimos anos aumentaram a necessidade de se aprimorar a gestão. “Trabalhar com cenários diversos e análises de impacto pode propiciar oportunidades para preservar e gerar valor para o acionista, além de amarrar processos e controles”, conclui Assis.
Sobre a Ernst & Young
A Ernst & Young é líder global em serviços de auditoria, impostos, transações corporativas e assessoria em negócios. Em todo o mundo, a empresa tem 144 mil pessoas unidas por valores compartilhados e compromisso com a qualidade. No Brasil, a Ernst & Young conta com mais de 2.200 profissionais distribuídos em nove escritórios. A empresa faz a diferença ajudando colaboradores, clientes e as comunidades em que atua a atingirem todo seu potencial.
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O estudo na íntegra está disponível no link:
http://www.ey.com.br/publication/vwLUAssets/Estudo_mineração_julho_2010/$FILE/Business%20Risks%20facing%20mining%20and%20metals.pdf
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