Vale quer criar polo metal-mecânico no Pará
A Companhia Vale do Rio Doce anunciou, no mês passado, uma série de iniciativas a ser realizada no Estado do Pará que envolverão investimento superior a US$ 5 bilhões. Com previsão de ser concluídos até 2012, os investimentos – segundo a Vale – “representam forte incentivo ao desenvolvimento sustentável da região. As medidas vão permitir a criação do pólo metal-mecânico do Pará e de uma base de produção industrial”.
Entre essas iniciativas, está a instalação da Aços Laminados do Pará, em Marabá, no sudoeste do Estado, que irá produzir bobinas laminadas a quente, chapas grossas e tarugos. O investimento será de cerca de US$ 3,3 bilhões na primeira fase. O projeto prevê expansão futura da usina para até 5 milhões de toneladas anuais. “A siderúrgica terá forte impacto positivo na economia do estado e na cadeia produtiva local, agregando valor ao minério e estimulando a criação de empresas na região para fornecerem insumos e produtos acabados”, diz material de divulgação da Vale.
Outro projeto é a construção da Usina Termelétrica de Barcarena, no qual serão investidos US$ 898 milhões, que irá usar carvão mineral e terá potência de 600 MW. O objetivo da empresa é o de gerar energia para os seus projetos.
CENTRO DE TECNOLOGIA – A companhia também planeja investir US$ 10 milhões na instalação de um Centro de Tecnologia de Bauxita e Alumina, pioneiro nas Américas, com objetivo aprofundar o conhecimento dos recursos e reservas de bauxita da Vale, além de desenvolver novas tecnologias para o processamento de minérios. Os investimentos previstos para toda a cadeia de alumínio da Vale no Pará são de US$ 755 milhões apenas este ano.
Com o objetivo de promover a educação técnica no Pará, a Vale e o Governo Federal fecharam parceria para modernização e expansão da unidade do Centro Federal de Educação Tecnológica de Marabá. O valor do convênio é de US$ 1,4 milhão. Serão implantados cursos profissionalizantes de mecânica, eletro-mecânica e química. O Cefet irá disponibilizar profissionais especializados para ministrar os cursos, salas de aula e laboratórios para as atividades práticas.
Ainda área tecnológica, a Vale também pretende criar “o maior programa de qualificação profissional de nível superior já implantado no Pará”. O programa prevê a concessão de 400 bolsas de estudo, de mestrado e doutorado, até 2010, além de qualificar e fixar docentes e pesquisadores no estado. Serão lançados três editais (2008, 2009 e 2010), em parceria com o governo estadual. O edital deste ano, cuja publicação acontecerá até outubro, contemplará 85 pesquisadores, com 25 bolsas de doutorado e 60 de mestrado. O investimento será de US$ 6,2 milhões.
Entre as áreas contempladas estão as de engenharia (elétrica, química, mecânica, civil, de minas, de materiais, metalúrgica, de recursos naturais da Amazônia), Ciências exatas e naturais (geologia e geoquímica, geofísica, química, física, matemática e estatística, ciência da computação), Multidisciplinar (desenvolvimento sustentável do trópico úmido ciências ambientais, gestão de recursos naturais e desenvolvimento local na Amazônia).
FOCO É O PARÁ – Até 2012, a Vale investirá US$ 59 bilhões em todo o mundo, sendo que 77% desse valor serão destinados a projetos no Brasil e 23% no exterior. O Pará receberá investimentos de US$ 20 bilhões, cerca de 34% do valor anunciado para investimento em todo o mundo. Dos 62 mil empregos que a Vale irá criar em todos os países em que atua até 2012, 35 mil (mais de 56%) estarão no Pará.
Em 2007, a Vale investiu US$ 4 bilhões no Pará, sendo US$ 110,2 milhões em projetos ambientais, valor 834% superior ao investido em 2006. Entre 2008 e 2012, investirá US$ 2,8 bilhões em meio ambiente, em todos os países onde atua. Deste total, US$ 692,5 milhões serão destinados somente ao Pará. Em projetos sociais, a Vale planeja investir US$ 1,4 bilhão nos próximos cinco anos, em todos os países onde está presente. Somente em 2008, a Vale irá investir US$ 98 milhões em ações de responsabilidade social no Pará.
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