Usos da madeira líquida
Usos da madeira líquidaMadeira líquida, ou plástico natural, é um material forte, feito a partir de uma mistura de lignina e fibras naturais. Muitas vezes, é um tipo de suprimento industrial considerado como uma ótima alternativa ecologicamente correta aos plásticos baseados em petróleo, porque não é tóxico, é biodegradável e não depende do recurso não-renovável petrolífero. Antes da invenção da madeira líquida, os bioplásticos não eram apropriados para uso doméstico devido ao alto teor de enxofre, mas o baixo teor de enxofre da madeira líquida faz com que esta matéria-prima seja segura, mesmo para uso na fabricação de brinquedos.
A madeira líquida é formada a partir da combinação de lignina e fibras naturais, como linho ou cânhamo, e aditivos tais como cera. Uma vez que o composto de lignina e de fibras está feito, a mistura pode ser aquecida ou colocada sob alta pressão para o processamento e a moldagem em partes. A lignina é um composto químico produzido como um subproduto da indústria de papel e celulose e derivados da madeira. É segundo polímero mais comum após a celulose, e esta estrutura molecular do polímero torna esse tipo de madeira muito forte e bem adaptado, servindo de alternativa ao plástico.
Norbert Eisenreich, cientista da equipe no Instituto Fraunhofer de Tecnologia Química na Alemanha, começou a pesquisar alternativas aos plásticos em meados dos anos 1990 e, finalmente, desenvolveu a madeira líquida. O plástico é forte, moldável e capaz de ser produzido em massa, mas também tem várias falhas que causaram preocupação para os consumidores e pesquisadores.
Carro de madeira líquidaA dependência do plástico de petróleo bruto esgota um recurso não renovável, causa poluição na sua produção e é um produto que está sujeito a aumentos de preços. Metais pesados encontrados em plásticos também levantaram a objeções ao uso do plástico, especialmente pelos riscos de saúde e ambientais que ele provoca. Já a madeira líquida é derivada de um recurso abundante, é moldável, biodegradável e não é tóxica.
O Instituto Fraunhofer enfrentou o desafio, no entanto, de produzir o material à prova d’água e com baixo teor de enxofre, o que foi conseguido através da substituição de separação de enxofre com a hidrólise de alta pressão. Para utilizar a lignina, é necessário que este componente seja separado de outras fibras da madeira, um método tradicionalmente feito com uso de enxofre. O processo de hidrólise utiliza a pressão alta, água e alta temperatura para produzir uma lignina insolúvel em água. Este corte do teor de enxofre em noventa por cento gera um produto que não se degrada com a exposição à água ou à saliva.