Usiminas Mecânica depende menos de sua controladora
Criada na década de 70 para produzir bens de capital para a siderúrgica Usiminas, a subsidiária Usiminas Mecânica ganhou vida própria. Até o fim da década de 90, as vendas para a controladora representavam mais de 80% do faturamento. O quadro hoje é invertido. As compras da siderúrgica representaram apenas 15% do faturamento de R$ 600 milhões registrado em 2004.
‘A Usiminas Mecânica ocupou uma posição definitiva no mercado nacional e já está entre as empresas de bens de capital com maior faturamento no país’, diz o presidente da Usiminas, Rinaldo Campos Soares, que também ocupa o cargo de presidente na subsidiária. Segundo ele, a receita do ano passado superou em 23% a meta estabelecida para o período.
No fim de 2004, tinha mais de R$ 350 milhões de contratos em carteira. A produção vai de vagões – como os que está produzindo para Companhia Vale do Rio Doce – a pontes metálicas, como a que está fabricando para o governo da Venezuela.
A reviravolta na história da Usiminas Mecânica teve início em 2001, quando os acionistas promoveram uma reestruturação na empresa. Um dos pontos de partida da reestruturação foi a convocação de profissionais do mercado.
‘Precisamos buscar profissionais com visão do mercado externo porque estávamos acostumados demais com a demanda interna’, admite Campos Soares. Um dos profissionais recrutados foi o atual superintendente da Usiminas Mecânica, Guilherme Muylaert, ex-executivo da Confab.
Outro marco da reestruturação foi a definição das seis linhas de negócios em aço: equipamentos médios e pesados, estruturas indústrias, pontes, perfis soldados, montagens e serviços. ‘Nenhuma empresa do setor tem uma linha tão completa de produtos e serviços’, diz o superintendente. ‘Fazer tudo, da estrutura à montagem, é um diferencial grande para a Usiminas Mecânica’, disse Muylaert.
De acordo com executivo, a extensa gama de possibilidades na fábrica instalada em Ipatinga permite agilidade para investir em nichos com demanda aquecida, como o de vagões no Brasil.
Com a retomada do setor ferroviário, a Usiminas Mecânica vislumbrou em 2003 a oportunidade de produzir vagões. O segmento representou 4% da receita líquida de 2004 e deverá chegar aos 9% neste ano. Só para a Vale, já produziu 100 vagões no ano passado e tem contrato para outros 300 neste ano.
Nos Estados Unidos, onde o piso de concreto das pontes vem sendo substituído por painéis metálicos, a Usiminas Mecânica já forneceu estruturas para a reforma da Bay Brigde, na Califórnia, e para 11 pontes no estado de Virgínia. O contrato mais recente, de US$ 20 milhões, é para a reforma da ponte Bronx-Whitestone, em Nova York. O primeiro embarque de painéis, que seguem já pintados e com a camada de asfalto, foi feito em abril.
No sistema Usiminas, que reúne 14 empresas coligadas à siderúrgica, a Usiminas Mecânica já é a terceira no ranking de faturamento. Perde apenas para a própria Usiminas e para a Cosipa. Em 2005, deverá comprar 168 mil toneladas de aço.