Terremotos no Japão ameaçam indústria nuclear
Terremotos no Japão ameaçam indústria nuclearAs vantagens de se apostar na geração de energia a partir de usinas nucleares começam a ser questionadas após os acidentes radioativos no Japão, com as explosões ocasionadas pelos fortes terremotos e pela tsunami, no último dia 11 de março. Com isso, uma crise no setor energético nuclear foi deflagrada. Autoridades em todos os países já começam a repensar suas estratégias de produção e de segurança em usinas atômicas, inclusive cogitando fechar muitas unidades, como é o caso da Alemanha, que já anunciou o fechamento de algumas plantas nucleares mais antigas por questões de segurança.
Muitos ambientalistas e opositores à energia nuclear levantaram novas dúvidas sobre a segurança das centrais nucleares, sempre anunciadas como centrais de produção de “energia limpa”. Os defensores da indústria nuclear, que tem mais de 200 reatores em construção ao redor do mundo, entretanto, foram recuando, pedindo revisões de segurança.
“O incidente grave nuclear no Japão colocou o renascimento nuclear mundial em questão”, disse Alex Barnett, um analista da indústria Jefferies. “Este incidente abre os olhos do público sobre a segurança da energia nuclear e provavelmente vai ter um impacto duradouro na indústria”.
Nos Estados Unidos, maior produtor mundial de energia nuclear, seus 104 reatores fornecem 20% da energia elétrica consumida em toda a região. “Eu fui um grande defensor da energia nuclear, porque é nacional – é a nossa e ele está limpo”, o senador Joseph Lieberman, disse recentemente. No entanto, ele disse: “Eu acho que nós temos que, rapidamente, frear todos os planos até que possamos absorver o que aconteceu no Japão”.
Na Europa, os problemas no Japão reacenderam velhas batalhas, especialmente na Itália, que estava se movendo para relançar a energia nuclear, depois de ter rejeitado a proposta, por referendo, em 1987, um ano depois do desastre em Chernobyl, na Ucrânia.