Tepco se desculpa com acionistas por acidente nuclear de Fukushima
O presidente de honra da Tokyo Electric Power Company (Tepco), Tsunehisa Katsumata, pediu desculpas aos acionistas do grupo nesta terça-feira pelas “moléstias e preocupação” causadas após o acidente nuclear na usina nuclear de Fukushima, da qual a companhia elétrica é proprietária.
Durante a primeira junta de acionistas após o desastre de 11 de março, Katsumata pediu ainda compreensão e apoio ao plano de reestruturação da companhia para fazer frente aos elevados custos da crise, o que obrigará a Tepco a vender ativos e reduzir seu tamanho.
A reunião desta quarta-feira acontece em um hotel no sul de Tóquio com um número recorde de participantes, cerca de 8.600, e em meio a fortes medidas de segurança perante os protestos anunciados por vários grupos de ativistas.
Na agenda do dia está a ratificação da renúncia do atual presidente, Masataka Shimizu, que durante a apresentação de resultados, em 20 de maio, anunciou que deixaria seu posto como forma de assumir a responsabilidade pelo acidente nuclear. Shimizu será substituído por Toshio Nishizawa, atual diretor-geral da Tepco.
Durante a reunião, a sociedade deverá enfrentar também uma moção apresentada por um grupo minoritário de cerca de 400 acionistas que exige que a Tepco abandone a geração de energia atômica e detenha os reatores existentes.
A elétrica, única provedora de energia da região metropolitana de Tóquio, deverá enfrentar também os protestos por sua trajetória na bolsa de valores, onde viu seu valor cair drasticamente desde 11 de março até perder mais de 25 bilhões de euros.
As ações da maior elétrica do Japão alcançaram em 9 de junho seu mínimo histórico de 148 ienes por título, frente aos mais de 2 mil ienes que valiam antes do acidente nuclear.
Nesta terça-feira, a Tepco informou que pela primeira vez desde que começou a crise nuclear no Japão detectou estrôncio radioativo no leito marinho próximo à usina. A operadora encontrou no fundo do mar estrôncio-89 e estrôncio-90, dois elementos gerados pela fissão de átomos de urânio e cuja vida média é de 29 anos, indicou a emissora de televisão pública “NHK”.
As análises ocorreram em 2 de junho em dois locais situados a três quilômetros do litoral e 20 quilômetros ao sul e ao norte do complexo nuclear de Fukushima Daiichi, respectivamente, e revelaram até 44 bequereles por quilo de estrôncio-90 no fundo do mar.
O estrôncio representa um sério problema para a saúde ao ficar acumulado nos ossos ao ser inalado, o que pode causar alguns tipos de câncer. Shigeharu Kato, membro da Agência de Segurança Nuclear do Japão, afirmou que seguirão as análises para investigar o impacto da acumulação das substâncias radioativas na vida marinha, acrescentou a “NHK”.