Seminário do setor de autopeças enfoca consumidor e segurança no transporte

Representantes das principais organizações de produtores do setor de reposição automotiva se reuniram, nesta terça-feira (3), na Fiesp, para discutir saídas aos principais entraves que afetam o segmento.

Juntamente com um público de cerca de 500 pessoas, entre interessados e especialistas, os empresários deram maior atenção ao consumidor e à segurança no transporte.

“O setor enfrenta hoje problemas de diferentes naturezas e quem mais sofre com eles é o consumidor final. Por isso nosso olhar tem se voltado a ele, como neste importante seminário”, afirmou o presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo (Sindirepa), Antonio Fiola, durante o Seminário da Reposição Automotiva.

Na avaliação de Fiola, a maior dificuldade da área ainda se encontra na guerra fiscal do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), travada entre os estados brasileiros. Além disso, destacou que as altas cargas tributárias e a pirataria também são empecilhos ao desenvolvimento automotivo.

Meio ambiente e segurança

O diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Alfredo Peres, frisou que são necessárias iniciativas que intensifiquem a segurança nos veículos automotores.

Para ele, os casos mais graves e urgentes estão entre aqueles utilizados para fins profissionais, como motos e caminhões de carga. “O Denatran quer atrelar a publicidade de transporte e de autopeças a mensagens que reiteram medidas de segurança no transporte automotivo”, apontou.

No mesmo sentido, insistiu na importância de se instaurar – aos moldes da inspeção veicular de emissões – a inspeção técnica, que estipularia padrões de segurança mínima para automotores, de acordo com o tipo de veículo e sua finalidade.

Em sua opinião, “transportes escolares e os de uso profissional, principalmente motos, que têm altos índices de acidente, devem passar por vistorias semestrais”.

Alicerce

Atualmente, a produção da indústria automotiva brasileira ultrapassa 3,5 milhões de veículos ao ano. O ritmo aquecido se manteve mesmo durante a crise financeira mundial, sobretudo por conta do mercado interno, incentivado por alívios fiscais do governo federal, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Na análise do presidente em exercício da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), João Guilherme Sabino Ometto, a fabricação de veículos deve trazer um impulso consistente à produção de peças, que alavanca todos os segmentos da cadeia produtiva, desde o primário, de extração, até o de serviços, como seguros e financiamento.

Desse modo, Ometto advertiu sobre a importância da indústria apostar em inovação tecnológica e qualificação profissional. “O Senai de São Paulo está preparado para oferecer capacitação a profissionais que desejam ingressar neste ramo. Só em 2009, foram mais de 50 mil pessoas matriculadas em nossos cursos da área automotiva”, esclareceu.

De acordo com o presidente em exercício, o Senai possui 45 unidades ligadas à área, as quais receberam mais de R$ 44 milhões de investimentos nos últimos seis anos, principalmente em atualização tecnológica.

“Ganham as empresas, com modernização e capacidade de inovação, e ganham milhares de jovens e adultos, que conquistam a chance de um emprego e de um futuro mais digno por meio da educação profissionalizante”, finalizou Ometto.

Thiago Eid, Agência Indusnet Fiesp

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