Russos vão produzir aço plano em PE
Os grupos russos TMK e Commetpron serão parceiros na construção de uma siderúrgica de aços planos no Complexo Industrial e Portuário de Suape, localizado a 40 quilômetros do Recife. O empreendimento, com investimentos de US$ 1,8 bilhão na primeira etapa, será voltado prioritariamente para exportação considerando, entretanto, a demanda no mercado interno principalmente no Nordeste onde não existem usinas de aços planos.
O protocolo de intenções do projeto foi acolhido pela Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (ADDiper). A expectativa é que a implantação da unidade seja iniciada em 2006 e as operações da primeira etapa em 2008. Quando as duas etapas estiverem concluídas, em 2010, a capacidade chegará a três milhões de toneladas anuais. Serão produzidos laminados a quente e a frio.
Participaram da assinatura o diretor geral da Commetpron, Sergey B. Vilkin, o diretor técnico da TMK, Klachkov Aleksandr, o presidente e o vice-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Rússia em São Paulo, Antonio Carlos Rosset e Grigori Goldchleger, e o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Esportes, Alexandre Valença. O protocolo foi formalizado um dia após a missão russa anunciar o projeto ao governador Jarbas Vasconcelos.
O secretário Alexandre Valença explica que as negociações em torno do empreendimento se desenrolam há seis meses. “Os trunfos do estado são a infra-estrutura industrial e logística de Suape, a nossa tradição nos setores siderúrgicos e metal-mecânico e nossa localização estratégica em relação aos Estados Unidos e União Européia”, detalha.
Para ele a siderurgia se insere num momento em que as empresas russas, fortemente capitalizadas, passam por um processo consistente de internacionalização, com projetos para investimentos em diversos países com atenção especial para o Brasil, “pelas excelentes oportunidades de negócios no País e pelo tamanho do mercado brasileiro”.
“Os russos querem entrar para valer no País e a porta de entrada será Pernambuco”, afirma Jourbert J. Gomes, da Adviser & Business, empresa de consultoria contratada para dar suporte ao projeto da usina. “Entre os setores prioritários para investimentos russos no Brasil está a siderurgia e o estado pode se beneficiar muito disso”, acrescenta.
O grupo russo Akron, um dos maiores do mundo no setor de fertilizantes agrícolas, também manifestou interesse em investir no estado. A Akron, que enviou uma missão ao Recife em 2004, quer instalar uma fábrica em Suape, e construir e operar o terminal de granéis sólidos previsto para o complexo industrial-portuário do litoral Sul pernambucano. A obra será licitada pelo governo estadual.
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