Romi chega aos 75 anos de olho no futuro
Fundada em 1930 como uma oficina mecânica em Santa Bárbara D’Oeste, no interior de São Paulo, a Indústrias Romi chega a 2005 com o maior parque industrial do setor de máquinas do hemisfério Sul. Uma das marcas da empresa foi o pioneirismo, a Romi fabricou o primeiro torno automático nacional (41), o primeiro trator (48, Toro), o primeiro carro nacional (56, Romi-Isetta) e o primeiro torno CN (1973). “Nos orgulhamos muito desse passado”, disse Américo Emílio Romi Neto, diretor-presidente da Romi. “Mas estamos sempre olhando para a frente”.
Como prova dessa visão, a empresa – hoje dirigida pela terceira geração de família do fundador Américo Emílio Romi – anunciou um plano de expansão da capacidade produtiva. A divisão de máquinas-ferramentas receberá R$ 9 milhões em 2005, que serão complementados com outros R$ 11 milhões em 2006 e 2007. “No ano passado atingimos o limite de produção. Esses recursos nos permitirão dobrar a capacidade produtiva de máquinas-ferramentas”.
Outros R$ 15 milhões serão destinados à unidade de fundição, que terá sua capacidade ampliada de 27,6 mil toneladas/ano para 36 mil toneladas/ano até o final do ano. “Nesse mercado somos muito competitivos, mas estamos limitados pela capacidade produtiva”, informou Emílio Romi. O diretor-presidente adiantou que se está trabalhando num projeto para um grande investimento no setor de fundição em 2007 ou 2008, inclusive com a possibilidade de se construir uma nova unidade fabril.
Investimentos também estão previstos na produção do Romicron. Linha mais recente e a de menor participação no faturamento, a unidade Romicron é também a que mais cresce. Em média, os sistemas de usinagem de precisão tem registrado crescimento de 60% a 70% ao ano. Os recursos serão destinados a ampliar a oferta de novos modelos e, também, na duplicação da área fabril.
Na área de injetoras não estão previstos investimentos de vulto, já que a essa unidade foram destinados volumosos recursos nos últimos anos, que permitiram o desenvolvimento da linha Eletramax, lançada em 2003. Trata-se de uma nova tecnologia, totalmente elétrica, ecologicamente correta, de baixo consumo de energia e de baixo ruído (60% menos que as injetoras oleo-hidráulicas), na qual a companhia tem grande expectativa.
Em 65 anos de atividades – a produção de máquinas só teve início em 1940 – a Romi já produziu 146 mil máquinas, 27 mil delas exportadas. Hoje, concentra as atividades em quatros segmentos: máquinas-ferramentas, que responde por cerca de 50% do faturamento; máquinas injetoras de plástico (22,5%); fundidos e usinados (22,5%) e o Romicron, sistema de usinagem de furos de precisão (5%).
O diretor-presidente está otimista com o desempenho da empresa em 2005. “Continuaremos crescendo”, afirma, ressaltando que a Romi costuma registrar expansão 5 vezes superior à do PIB. Em sua opinião, este ano o crescimento do faturamento deve ficar entre 20% e 25%. “Com estes novos investimentos, estamos nos preparando para um crescimento de 5% a 6% do PIB por ano”, acrescenta.
Em 2004, a Romi alcançou faturamento líquido de R$ 445 milhões, sendo 15% provenientes do mercado externo. Os principais mercados da empresa fora do país são os EUA, Canadá, Alemanha, Inglaterra, Itália, Espanha, México, Argentina e demais países do Mercosul.