Rexam vai aumentar em 60% a capacidade da unidade brasileira
O grupo britânico Rexam Plc. – que recentemente comprou a brasileira Latasa e tem outras quatro unidades de produção de latas no País – inaugurou ontem as novas instalações de sua fábrica de embalagens destinadas a indústrias de cosméticos, a Rexam Beauty Packaging do Brasil, em Jundiaí (SP), cujo investimento total somou R$ 8 milhões. Com a nova fábrica, uma área construída quatro vezes maior do que a antiga, a empresa já irá aumentar em 60% a capacidade de produção, até o final do primeiro trimestre de 2005, disse o vice-presidente da subsidiária, Fábio Salik, passando a processar 160 toneladas de resinas por mês.
A ampliação exigirá novos investimentos em equipamentos, principalmente, mas Salik não revelou o valor. O executivo afirmou que os recursos aplicados no novo prédio e na futura expansão da produção visam ao abastecimento do mercado interno, com demanda cada vez mais elevada, mas também as exportações.
Quando a Rexam instalou a antiga unidade de embalagens para cosméticos no Brasil, em 1999, começou a exportar para países sul-americanos, mas hoje as vendas externas representam ‘muito pouco’ da receita da subsidiária (R$ 42 milhões em 2003), que preferiu dirigir a produção para o crescente mercado doméstico. O vice-presidente disse que a empresa já tem contratos fechados para exportar para os Estados Unidos, México, Chile e Argentina. As vendas externas serão retomadas no próximo ano e Salik calcula que elas representarão 20% do volume comercializado em 2005.
Atualmente, a Rexam tem capacidade instalada para converter 100 toneladas de resinas por mês em embalagens variadas (para batons, pós compactos, tampas para perfumes e válvulas, entre outras), para o segmento premium da indústria de beleza. Os produtos embalam, por exemplo, grifes de grandes multinacionais, como a Chanel, Avon e L´Oreal, e das nacionais Natura e O Boticário.
O investimento na unidade não contabiliza a tecnologia de produção, já que a empresa está transferindo para as novas instalações as máquinas e equipamentos da antiga fábrica, localizada também na cidade de Jundiaí. Segundo Salik, a subsidiária tem um dos processos produtivos mais modernos do grupo – e tecnologia equiparada a de outras concorrentes européias -, cujo investimento totalizou R$ 15 milhões, em valores atualizados. A empresa precisava apenas de instalações maiores e mais arrojadas. ‘Quando abrimos a unidade brasileira, no final da década passada, fomos impulsionados pelo crescimento do mercado interno de cosméticos, que era fenomenal. Mas resolvemos começar em um prédio mais modesto para avaliar o próprio desempenho da companhia aqui.’
Com média de aumento anual de 66% no faturamento desde 1999, a Rexam decidiu construir o prédio em 2003 e as obras foram iniciadas no início deste ano. A fábrica tem 14 mil metros quadrados de área construída, em terreno de 149 mil metros quadrados, o que permitirá ampliações futuras. Segundo Salik, a área é alugada por 10 anos, com cinco anos de extensão e contrato com opção de compra no final.
A nova unidade também está recebendo parte dos equipamentos e das linhas de produção da fábrica que o grupo britânico fechou recentemente em Torrington, no estado de Connecticut (EUA). O CEO para a região das Américas da Rexam, Hein J. Onkenhout, disse que a produção de Torrington será transferida também para as unidades do grupo na Ásia, com o objetivo de buscar competitividade e baixo custo de produção. A Rexam tem 20 fábricas de embalagens para cosméticos em diversos países e, conforme Salik, a do Brasil é uma das mais competitivas do grupo. ‘Hoje temos condições de brigar com países com baixos custos de produção.’
A Rexam produz mais de 90% dos componentes que utiliza em suas embalagens, importando basicamente válvulas, utilizadas nas tampas de perfumarias. Com as instalações recém-inauguradas, a empresa deverá brevemente lançar novos produtos no mercado.
O faturamento mundial do grupo Rexam alcança US$ 5 bilhões por ano e o de sua divisão Beauty & Pharma, US$ 700 milhões.