Rede gaúcha busca novos mercados
O principal alvo é São Paulo. Quatro lojas serão inauguradas na capital e cidades do interior. A Ferramentas Gerais (FG), principal controlada da SLC Participações, planeja se espalhar por todos os estados brasileiros e o Cone Sul para atingir um faturamento equivalente a US$ 1 bilhão até 2010. No ano passado, quando fincou sua bandeira em Minas Gerais e na Bahia, além de ampliar a presença em São Paulo, a maior distribuidora de suprimentos industriais do País alcançou uma receita de R$ 640 milhões, resultado 30% maior em comparação com 2003.
O crescimento foi impulsionado principalmente pelo bom desempenho da indústria brasileira, com uma evolução de 8,3% sobre 2003, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nos próximos dois anos, o principal alvo é São Paulo, o mais poderoso estado brasileiro, mas que responde por apenas 10% do faturamento da FG. A empresa cresceu no mercado paulista em 2004 com a compra da Metalsolda, em São José do Rio Preto. Até 2006, a FG pretende instalar pelo menos mais quatro unidades na capital, Campinas, Ribeirão Preto e São José dos Campos. “Onde está a indústria a Ferramentas Gerais tem de estar”, diz o presidente da holding, Eduardo Silva Logemann.
O irmão, Jorge Luiz Silva Logemann, diretor-presidente da FG, revela ainda que neste biênio a empresa deverá ter novas operações no Rio de Janeiro, no Paraná e em Goiás, além de avaliar outras oportunidades no Centro-Oeste. No exterior, a idéia é ter filiais na Argentina, Uruguai e Chile.
Apesar das perspectivas de um crescimento menor do setor industrial, entre 5% e 6%, a alta base de comparação indica que 2005 deverá ser outro ano positivo para a FG, que pretende ter uma evolução das vendas entre 20% e 30%.
A FG, considerada um supermercado da indústria, também planeja ampliar o conceito de “factory store”, pequenas lojas instaladas dentro das indústrias que funcionam como uma espécie de almoxarifado terceirizado. “Para o cliente, é bom porque ele reduz os estoques próprios e ao mesmo tempo tem disponibilidade dos produtos na loja. Para nós, agrega vendas, fideliza o cliente e garante volume”, explica Jorge Logemann. Existem hoje 12 lojas neste conceito instaladas no Pólo Petroquímico de Triunfo (RS) e em indústrias como a Electrolux e Klabin. A previsão é dobrar o número em 2005.
Menos de 20% das vendas totais da FG são feitas em balcão. A maior parte dos negócios, com indústrias de todos os portes, é fechada por outros meios, como call center e equipes de vendas externas. Como líder nacional no fornecimento de ferramentas, máquinas, equipamentos, suprimentos industriais e serviços de Manutenção, Reparo e Operação (MRO), a FG conta com 85 mil itens para entrega no prazo no máximo 24 horas. As unidades estão localizadas hoje nos estados do Rio Grande do Sul (Porto Alegre e Caxias do Sul), Santa Catarina (Joinville), Paraná (Curitiba), São Paulo (Itu e São José do Rio Preto), Minas Gerais (Contagem) e Bahia (Salvador).
O grupo SLC, que completa 60 anos, alcançou em 2004 um faturamento de R$ 1,2 bilhão, o equivalente a um crescimento de 20% sobre o exercício anterior. O lucro líquido subiu de R$ 40 milhões para R$ 70 milhões. A SLC Agrícola, segunda maior controlada, faturou R$ 285,7 milhões, mostrando um avanço de 21% sobre 2003. É a maior empresa no cultivo de algodão no País e uma das três principais em soja.
Outro braço importante é a SLC Alimentos, a terceira na comercialização de arroz branco no mercado nacional. A companhia contabilizou faturamento de R$ 240 milhões ano passado, apenas R$ 10 milhões a mais em comparação a 2003, devido à queda do preço do cereal. A holding projeta para 2010 uma receita bruta equivalente a US$ 1,5 bilhão.
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