Programa integrado de P&G terá participação regional
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) discutiu na sexta-feira (22), em Brasília, a construção de uma agenda comum das entidades da indústria para articular a cadeia nacional de suprimento do setor de petróleo e gás.
Para a diretora de Relações Institucionais da Confederação, Heloísa Menezes, a agenda de projetos para subsidiar o crescimento do setor deve funcionar como indutora da estrutura industrial, para fazer frente à demanda dos próximos dez anos – impulsionada principalmente pela exploração e produção nas novas reservas do pré-sal.
“Há um enorme potencial do Sistema Indústria para ser executor dos projetos de envolvimento e preparação da cadeia produtiva de petróleo e gás”, afirmou a diretora da CNI na abertura do workshop, que reuniu as federações de indústrias, Petrobras, Prominp, Onip e BNDES.
O Ciesp e a Fiesp participaram do evento para discutir o fortalecimento dos núcleos estaduais de P&G, e apresentaram como modelo a expertise da parceria com o Prominp no estado de São Paulo, que subsidiará o alinhamento de um programa integrado do Sistema para a cadeia de fornecedores do segmento.
“A nossa indústria tem que se mobilizar para esse novo momento da economia, caso contrário perderá terreno para as empresas estrangeiras. Nosso papel é ser a ferramenta de apoio para chegar ao empresário”, resumiu Julio Diaz, diretor de Infraestrutura do Ciesp, que representou a entidade ao lado de Eduardo Berkovitz, diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp.
Metas
O desafio da indústria é ser capaz de responder a uma demanda em torno de US$ 400 bilhões até 2020 – segundo a Onip, uma escala suficiente para desenvolver uma sólida cadeia produtiva de bens e serviços local. “É um volume sem paralelo em nenhum outro mercado”, dimensionou Bruno Musso, superintendente da Onip.
Só a Petrobras tem plano de investir US$ 224 bilhões no setor, dos quais US$ 212 bilhões no Brasil. Esse volume deverá movimentar uma sequência de investimentos no país de forma indireta.
“A ordem de grandeza dos investimentos na indústria brasileira será semelhante aos recursos que serão aplicados pela Petrobras diretamente no setor, além das obras de infraestrutura que serão necessárias”, garantiu o assessor Pedro Penido.
A companhia trabalha como meta a faixa dos 70% de participação de produtos brasileiros em projetos previstos no plano de negócios 2010-2014. Mas a política de conteúdo nacional no suprimento de bens e serviços é uma das preocupações da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), estado que, junto com o Espírito Santo, concentra cerca de 80% da produção atual de petróleo no país.
Para o vice-presidente da Firjan, Raul Sanson, o percentual de insumos que está sendo comprado no Brasil não pode ser confundido com conteúdo local, ou seja, aquilo que é efetivamente produzido no país. “É preciso estender o índice de participação para toda a cadeia para ter a dimensão de quem está fornecendo ou não”, alertou.
Sanson sugere a adoção de mecanismos de incentivos aos fabricantes que adotarem índices de conteúdo local acima do mínimo considerado pelo BNDES, de 60%.
Regionalização
O ciclo de eventos promovido pelo Ciesp/Fiesp e Prominp no interior paulista, em junho deste ano, foi reconhecido pelo coordenador nacional do Programa como modelo de sucesso que deve ser ampliado. Segundo José Renato Ferreira de Almeida, das cerca de 3.800 empresas cadastradas até o momento no Portal de Oportunidades do Prominp, a maior parte (40%) está em São Paulo.
O roadshow promovido nas unidades da rede Ciesp alcançou 1.400 empresários paulistas, que receberam orientações passo a passo sobre o processo de cadastramento na Petrobras. Associados em estágio avançado de cadastro contam com suporte diferenciado dos técnicos da estatal, por meio do acordo com o Prominp. Após a mobilização capitaneada pelo Ciesp, 792 empresas ingressaram no Portal de Oportunidades.
Nos próximos meses, colaboradores da entidade serão capacitados a oferecer as informações básicas para as empresas ingressarem como fornecedoras do setor.
Entre outras ações, novo roadshow deverá ser programado para 2011. Uma parceria com a Abenav (Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore) também está sendo costurada pelo Ciesp, para um ciclo de palestras nos moldes do que foi feito com Prominp. O evento piloto tem data marcada para 24 de novembro, em Campinas.
Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)
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