Petrobras isola CO2 no campo de Lula e vai reinjetar em março
Petrobras isola CO2 no campo de Lula e vai re-injetar em marçoA estatal brasileira Petrobras deverá começar os trabalhos de coleta do gás dióxido de carbono (CO2) campo offshore denominado Lula, antigo campo petrolífero de Tupi. Nos próximos meses, essa operação irá aumentar a produção e diminuir o impacto ambiental gerado pela campanha de exploração em águas profundas.
Os campos offshore de petróleo brasileiros contam com uma vasta região conhecida como o pré-sal, o qual o país espera transformá-lo num grande produtor de petróleo. A camada pré-sal contém grandes quantidades de CO2 e a Petrobras não pretende liberar esse gás tóxico para a atmosfera por causa dos efeitos nocivos associados a ele.
“A reinjeção de CO2 é comum na indústria, mas não é comum no setor offshore e certamente não a esse nível de profundidade e pressão”, disse Rivadavia Freitas, engenheiro da Petrobras que trabalha na plataforma de produção offshore Cidade de Angra dos Reis.
A empresa espera começar a reinjetar o gás em março de volta aos reservatórios de petróleo, o que aumentaria sua produtividade, ou em cavernas de sal submarinas para impedi-lo de retornar à atmosfera. Alguns analistas disseram que a reinjeção do CO2 pode levar ao aumento dos custos de produção na região pré-sal, mas os reguladores ambientais brasileiros têm instruído a Petrobras de que o CO2 não deve ser liberado.
A plataforma está ancorada no campo de Lula a cerca de 300 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, em lâmina d’água de 2.150 metros, com o óleo mentindo a cerca de 5.000 metros abaixo da superfície do oceano. Os equipamentos instalados a bordo da plataforma irão separar o dióxido de carbono do gás natural que é produzido junto com o óleo.
Quando a plataforma atingir a plena produção, a Petrobras poderá voltar a injetar um milhão de metros cúbicos de C02 por dia. Cabe ressaltar que o controle do CO2 é crucial não apenas para limitar o impacto das alterações climáticas, mas também para reduzir a corrosão dos equipamentos e das tubulações de profundidade causada pela mistura de CO2 e água. A empresa deve testar materiais especializados que podem resistir a esses efeitos corrosivos.
A companhia de petróleo norueguesa Statoil, vem desde 1996, capturando e armazenando o gás dióxido de carbono associado ao gás natural produzido no campo offshore West Sleipner. Isso ocorreu, em parte, devido a redução dos impostos sobre o controle de emissões de carbono, um incentivo econômico que o governo norueguês concedeu às empresas e indústrias a fim de evitar mais liberação de CO2 na atmosfera.