Parafuso da Ciser derruba concorrência chinesa
A Ciser, fabricante catarinense de porcas e parafusos, está provando que a melhor maneira de enfrentar a concorrência chinesa nesse mercado que, ultimamente, é inundada por artigos daquele país, é mesmo investir em produtos diferenciados.
Lançado no ano passado, o Tenex, um sistema de parafusos com tensão controlada voltado para estruturas metálicas de construção civil, vem sendo cada vez mais empregado em obras erguidas com base em estruturas metálicas.
É o caso do arrojado conjunto de dois edifícios de escritórios que a construtora WTorre está construindo na Avenida Nações Unidas, em São Paulo, que será inaugurado este mês. Com 13 e 10 andares respectivamente, os prédios têm a alma de aço revestida com concreto, e o sistema Tenex foi usado como fixador em toda a estrutura metálica, erguida pela Codeme.
A nova unidade paranaense da Metso, que produz caldeiras para a indústria de papel, também teve a estrutura metálica (construída pela Metasa) fixada com Tenex, assim como o prédio da CBC em Jundiaí (SP), cuja estrutura foi erguida pela Alufer.
“O Tenex agiliza a construção e traz mais segurança para o empreendimento”, garante Valdecir Lourenço Furtado, coordenador de desenvolvimento de aplicações da Ciser. “Entre outros motivos, porque, ao contrário dos fixadores convencionais, o Tenex conta com uma espécie de ponta, que cai no momento em que o aperto chega ao ponto ideal”, explica Furtado.
De acordo com ele, a boa receptividade do produto não surpreendeu a Ciser. Este tipo de fixador tem presença consolidada em mercados exigentes como o dos Estados Unidos, onde o sistema incorporado pela empresa chega a ter metade da participação nas vendas de parafusos para construções.
Prova do acerto da estratégia da empresa de adicionar valor aos seus produtos é o preço do novo parafuso: cerca de 20% acima dos fixadores convencionais. Mesmo com esse preço, a Ciser começa a se aproximar da meta de vender 25 t por mês do novo fixador e de quadruplicar a demanda em médio prazo.