Novas alternativas da Vale

Empresa negocia exploração de carvão em Moçambique e níquel no Pará. A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e a indiana Ircon, antiga Indian Railway Construction, estão estudando a possibilidade de uma parceria para exploração e transporte de carvão em Moçambique. Segundo o presidente da Vale, Roger Agnelli, que acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua viagem à China, a Ircon está estudando investimentos para refazer duas ferrovias no país africano, sendo que uma delas é a base para o escoamento da produção de uma possível mina de carvão que a empresa brasileira tem interesse em desenvolver. ‘Uma coisa viabiliza a outra.’ Ele explica que as conversações estão sendo vistas de forma prioritária e estratégica pela Vale, mas ‘estão no mundo das conversas’, porque o governo moçambicano ainda não deu a concessão a ninguém. Outros grupos indianos, como o Tata, também mostraram interesse em investir no Brasil e a empresa seria um parceiro possível.

Agnelli disse que a Vale está fazendo estudos em várias áreas sobre níquel, que está escasseando no mercado. O projeto mais adiantado é o da mina do Vermelho, perto de Sossego, no Pará. A empresa está detalhando o projeto na parte de tecnologia. ‘É um processo novo, um níquel diferente’, afirmou. E trata-se de fundição, de como processar o produto. A princípio, a empresa atuaria sozinha nesse projeto, pois não precisa de capital. Os estudos devem terminar ate o final do ano.

Segundo Agnelli, a Vale tem recebido ofertas de empresas para participar do projeto, mas, enquanto o estudo não estiver detalhado, a empresa não pode tomar decisões a respeito. ‘O que precisamos ter com o mercado são contratos de longo prazo de entrega de níquel.’

A presidente da Baosteel, Xie Qihua, parceira já antiga da Vale, afirmou nesta semana que gostaria de ter mais negócios no Brasil, envolvendo mais produtos, além do minério de ferro. A empresa é uma importante cliente da Vale na China e deverá construir, com ela, uma siderúrgica no Maranhão.