MMX vê ‘artificialidade’ na queda do preço do minério na China
RIO DE JANEIRO (Reuters) – A queda no preço do minério de ferro no mercado à vista na China pode estar associada a uma “artificialidade” do mercado, indicou o presidente da MMX, Roger Downey, nesta terça-feira, argumentando que a demanda continua forte e não haveria motivos para uma baixa.
Essa situação, acrescentou o executivo, ocorre em meio ao novo sistema para a precificação adotado pelas grandes mineradoras, que a partir de abril passaram a estabelecer os preços trimestralmente –e não mais anualmente–, com base na cotação do mercado à vista.
A cotação do minério no “spot” chinês, que chegou a 190 dólares por tonelada em maio deste ano, hoje está em torno de 116 dólares.
“O estranho é que a oferta e a demanda estão fortes, me parece uma artificialidade”, disse Downey a jornalistas, referindo-se ao novo sistema trimestral de preços que, segundo ele, não foi assimilado totalmente pelo mercado.
“O mercado está com a demanda firme, temos solicitação de contratos adicionais todo dia e até quem queira comprar ações da nossa empresa”, completou.
Mesmo assim, Downey prevê que o preço do minério de ferro vai se recuperar até do final do ano e que a perspectiva para o setor é positiva no longo prazo.
Em palestra na Latin American Iron Steel Trends, o executivo disse que nos próximos três anos a oferta e demanda por minério de ferro devem estar mais próximas de se encontrar, após vários projetos terem sido paralisados por conta da crise.
Apesar disso, ele avalia que o consumo continuará acima da capacidade de fornecimento nos próximos três anos.
“A preocupação é com a oferta e demanda a partir de 2013, o que é bom para nós, isso vai resultar em preços mais altos no longo prazo”, afirmou.
Ele explicou que mesmo que a economia chinesa cresça a uma velocidade inferior à atual, para em torno de 8 por cento, ainda haverá necessidade de um grande volume de aço para garantir a urbanização do pais.
Para acompanhar esse crescimento, a MMX investe para expandir sua produção de 10 milhões de toneladas para 45 a 46 milhões de toneladas de minério até 2015.
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