Mittal confirma a liderança mundial
Os acionistas da Mittal Steel aprovaram ontem a compra da siderúrgica norte-americana International Steel Group (ISG), por US$ 4,5 bilhões. A aquisição da ISG, sediada em Ohio, consolida a companhia sul-africana como sucessora do Arcelor no posto de maior conglomerado produtor de aço do mundo. O grupo europeu controla no Brasil a Belgo-Mineira, a Acesita, a Companhia Siderúrgica Tubarão (CST) e a Vega Sul. A nova líder da siderurgia começou a nascer em dezembro, quando o magnata da LNM Holdings, o indiano Lakshmi N. Mittal, reuniu seus ativos aos da Ispat International NV, também de sua família. Com a operação anunciada na Holanda, a Mittal ofusca de vez as siderúrgicas norte-americanas Nucor e U.S. Steel, sobretudo em uma época de grande demanda pelos produtos e pelas ações do setor.
Os acionistas votaram em assembléia extraordinária a favor dos planos da Mittal Steel de comprar a ISG e fundi-la com outros ativos do magnata do setor. “A transação muda todo o panorama do mundo siderúrgico. Cria a produtora de menor custo em muitos mercados no mundo”, observa o vice-presidente operacional Malay Mukherjee. As ações da Mittal começaram a ser negociadas na Bolsa de Valores de Nova York e na Euronext, de Amsterdã, no final do ano passado. Em fevereiro a empresa anunciou que quadruplicou o lucro líquido em 2004, impulsionado pela disparada de preços puxada pela demanda da China, prevendo mercado estável este ano. O ganho da empresa subiu de US$ 1,2 bilhão para US$ 4,7 bilhões. A receita pulou 132%, para US$ 22,2 bilhões.
A nova empresa já nasceu com capacidade de produção de 60 milhões de toneladas, empregando 165 mil pessoas em 14 países e um valor de mercado estimado em US$ 21 bilhões, superando o Arcelor. A Mittal Steel também controla ativos de minério de ferro, coque e carvão. Segundo analistas, o maior impacto desse avanço será mesmo nos Estados Unidos, com consolidação do setor de planos. Além disso, a ISG, que não tinha nenhuma empresa fora do país, passa agora a fazer parte de um grupo internacional. Mas não há risco de fechamento de usinas norte-americanos, porque o mercado de lá está bastante aquecido.