Matriz investe US$ 65 milhões para ampliar Villares Metals
Às vésperas de completar um ano da aquisição do controle da Villares Metals, fabricante brasileira de aços especiais e de alta liga, o grupo austríaco Bohler-Uddeholm anunciou ontem que acaba de aprovar investimento de US$ 65 milhões para ampliar a produção da siderúrgica. “Estamos felizes com a aquisição da Villares Metals e, por isso, vamos fazer o maior investimento em uma única fábrica do grupo”, afirmou Claus Raidl, presidente mundial e do conselho de administração do grupo.
O novo laminador, cujo pacote de compra foi acertado na sexta-feira com um consórcio Voest-Alpine/Pomini, vai ampliar em 40% a capacidade de produção de laminados da empresa a partir de outubro de 2006, quando entrará em operação. Atualmente, essa unidade de produção, feita em duas fábricas – Sumaré e Sorocaba (SP) – vai passar de 34 mil para 48 mil toneladas.
“Esse crescimento visa atender em especial a demanda interna e o mercado argentino, onde temos como clientes empresas que atendem as montadoras de automóveis”, afirmou Franz Struzl, presidente da Villares Metals, que está no Brasil desde março de 2004. “Estamos confiantes na economia brasileira, apesar de nesse momento o câmbio já estar dificultando as exportações.”
O grupo, no entanto, vislumbrou o Brasil como uma excelente oportunidade de montar uma base forte de produção e como um mercado com grande potencial de demanda. “A Villares Metals tem uma excelente reputação no mercado mundial”, destacou Raidl.
A aquisição, segundo o executivo, fortaleceu de forma substancial a divisão de metais de alta performance, que responde por 72% das vendas totais. Em 2004, informou, a filial brasileira, contribuiu para maior lucratividade do grupo, que faturou US$ 2,55 bilhões e teve lucro líquido de US$ 145 milhões.
A Villares Metals, como detalhou Struzl, obteve no ano passado receita líquida de US$ 260 milhões – pouco mais de 10% do grupo Bohler-Uddeholm, que tem 120 empresas de vendas (centros de distribuição) em 50 países. A siderúrgica brasileira – um dos três principais fornecedores de aço-válvula no mundo e líder na América Latina em aços-ferramenta, aço-rápido e ligas especiais – teve lucro líquido de US$ 52 milhões.
A receita cresceu 58%, mas o destaque ficou com o mercado interno, que exibiu aumento de 76%”, comentou Struzl. As exportações, principalmente para a região da América do Norte (45,9%), Europa (26,5%) e Mercosul (24,2%) somaram US$ 95 milhões – 35,7% a mais que em 2003. “Tivemos de reduzir vendas à região do Nafta para atender a demanda interna, que está sendo puxada pelo setor automotivo, petroquímica e máquinas e equipamentos”, disse Struzl.
Segundo o executivo, a empresa quer ampliar as vendas internas neste ano para além dos 61,8% de participação na receita em 2004.
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