Máquinas: mercado catarinense está comprador
Um dos principais pólos industriais do Brasil, Santa Catarina esteve no foco das atenções de fabricantes e distribuidores de máquinas-ferramentas na semana passada. Boa parte das empresas do setor compareceu à Intermach, em Joinville.
Eduardo Rodrigues, diretor Comercial da Meggatech, informa que Santa Catarina já responde por 20% dos negócios da empresa, onde atua através do representante CNC Service. “O Estado conta com um dos principais pólos de ferramentaria do Brasil (Joinville) e ainda é sede de grandes empresas, fabricantes de motores, compressores e autopeças”, observa.
Segundo o diretor, no primeiro semestre a procura por máquinas esteve mais aquecida entre as indústrias fabricantes de motores e autopeças, mas no segundo semestre está se verificando aumento de demanda entre as ferramentarias. “A produção de moldes e matrizes é cíclica, pois exige maior tempo de desenvolvimento”, justifica.
Para atender aos dois segmentos, a Meggatech levou à feira duas máquinas da Doosan, o torno CNC Lynx 220, para a área de produção, e o centro de usinagem vertical DMV 4020d, de 12 mil rpm, equipado com CNC GE Fanuc 21i e pacote de software para alta performance na produção de moldes e matrizes, também desenvolvido pela Fanuc.
ROMI – “O mercado de Santa Catarina está muito bom para a Romi”, afirma Guilherme Correa Guedes, gerente da filial de Joinville. Guedes informa que as vendas no Estado estão cerca de 20% acima do registrado em 2006. A Romi atua diretamente no mercado catarinense há mais de 30 anos, onde aliás chegou a manter uma unidade fabril.
O gerente explica ainda que, a exemplo do mercado brasieliro, o carro-chefe da empresa na região é o torno Centur 30D. “Trata-se de uma máquina que oferece um ótimo custo-benefício, é fácil de operar, tem comandos e interface amigáveis”, explica.
Entretanto, tem crescido a demanda local da linha de centros usinagem verticais Discovery, composta de cinco modelos, e especialmente do 1250, equipado com aplicativos específicos para a produção de moldes e matrizes. “Temos recebido muitas consultas e pedidos de cotações desta máquina devido ao porte, ao maior tamanho da mesa, isso porque também cresceu a demanda por moldes de grande porte”, analisa.
GROB – A presença algo incomum da Grob em feiras regionais se deve ao centro de usinagem BZ 500T, máquina stand alone recém-lançada. Trata-se de um projeto da filial brasileira, criado para atender o mercado de pequenas e médias indústrias.
De menor custo que as tradicionais máquinas da Grob, tem ainda reduzido prazo de entrega. “É uma característica das pequenas e médias indústrias que, quando recebem um pedido, têm necessidade quase imediata da máquina para atender seu cliente”, informa Christian Müller, diretor de Projetos e Vendas da Grob Brasil. O prazo de entrega é de, no máximo, três meses. Para tanto, a fábrica adotou a estratégia de produzir as máquinas antes mesmo de receber os pedidos.
Segundo Müller, ficou evidenciado o interesse das pequenas e médias indústrias da região. “As máquinas da Grob são como os automóveis da BMW (que, aliás, é um de nossos clientes): todo empresário sonha ter uma e é justamente isso que esse nosso novo projeto vem possibilitar”, comenta.
DEBMAQ – “Nos últimos cinco anos temos nos mantido entre os principais representantes da Deb Maq no Brasil”, garante Marco Aurélio da Silva, um dos proprietários da Sovema Máquinas. “Neste momento o mercado está ótimo, inclusive acabamos de vencer uma concorrência para o fornecimento de 32 máquinas convencionais e CNC para escolas técnicas”.
Com uma média de venda de 20 máquinas/mês, Silva diz que o principal consumidor da Deb Maq no Estado são as pequenas e médias indústrias que prestam serviços para as grandes empresas da região, assim como as médias com produtos próprios voltados aos mais diversos segmentos industriais, incluindo alimentício, de construção civil e de autopeças.
Com perspectiva de crescimento de 15% no Estado em 2007, a Deb Maq expôs seis máquinas em seu estande: torno CNC Logic 195 II, centro de usinagem Skybull 1000, centro de torneamento Vulcanic 300, o torno semi-automático Revolution, além de uma retífica e uma injetora.
COSA – Já a Cosa Intermáquinas vive um momento distinto no mercado catarinense, onde atua há cerca de 10 anos. A empresa acaba de substituir seu representante no Estado, justamente pela insatisfação com os resultados que vinham sendo obtidos. “Sabemos que este é um mercado de grande potencial e nossa expectativa é que em breve se torne nosso quarto principal mercado no País”, diz Alex Fernando Robi, gerente de Vendas da Cosa.
Com sua primeira participação numa feira em Santa Catarina, a Cosa pretendia, além de apoiar o novo representante, dar início ao processo de ampliação de sua penetração no Estado. “Também estamos introduzindo um técnico de processo para atuar em tempo integral em Joinville, região que até aqui era atendida pelo técnico baseado em Curitiba”, informa.
Embora reconheça que o principal produto para o mercado de Joinville são os centros de usinagem verticais, horizontais e de duplo pallet da Hyundai-Kia, a empresa levou para a feira o torno CNC SKT 15, também da Hyundai, monobloco, de 45º, com placa de 6 polegadas e 36 m de avanço rápido, voltado para produção. “Optamos por essa máquina para apresentá-la a um cliente do Estado e deu certo: ele comprou a máquina”, explica.
ERGOMAT – Representante da Ergomat em Santa Catarina, Sean Parker informa que os negócios da empresa no Estado se encontram num momento de forte incremento. Ele calcula que as vendas até setembro estejam 50% acima do obtido no mesmo período de 2006. “A economia está em crescimento, o setor automotivo está alavancando muitos negócios e Santa Catarina tem forte ligação com o setor automotivo”, explica.
Por outro lado, segundo Parker, algumas linhas de produtos lançadas pela Ergomat ao longo dos últimos quatro anos, incluindo modelos de suas representadas Star e Hardinge, estão se firmando no mercado. “Nossos principais clientes no Estado são os prestadores de serviços. A linha da Ergomat tem grande sinergia com essas empresas”, analisa.
Na feira, apresentou três máquinas. O torno TNG 42, recém-lançado, voltado para a usinagem de peças seriadas e torneamento de peças de pequeno comprimento a partir de barras. O torno A25E, por se tratar de uma “máquina de grande aceitação entre os clientes tradicionais e também entre os de pequeno porte que estão iniciando o negócio” e um centro de usinagem da Hardinge, adequado tanto às ferramentarias quanto à usinagem de fundidos e de produção. “Pela primeira vez estamos mostrando esta máquina numa feira regional”, acrescenta.