Manutenção de leitores ópticos
Manutenção de Leitores ÓpticosInicialmente, quero dizer que o objetivo principal deste trabalho é proporcionar uma base fundamental nos processos técnicos de manutenção de aparelhos leitores de CD, DVD e Blu-ray. Para tanto, será necessário recorrermos a uma base teórica indispensável para um melhor entendimento do trabalho de manutenção, visto que todos têm um mesmo princípio, as diferenças entre eles serão oportunamente comentadas.
Este material será uma soma de várias literaturas especializadas, manuais de serviços e um pouco da experiência acumulada nestes 20 anos de trabalhos. Não é necessário dizer que o assunto não se esgotará aqui, já visto sua complexidade e contínuo aprimoramento. Assim, espero que a obra seja útil a todos os colegas da classe!
Antes de falar sobre tecnologia e inovação em CDs vale lembrar que, ao contrário do que muitos pensam, as pesquisas e experimentos com a luz servindo como veículo de informação datam de antes do início da década de 20.
O próprio Einstein, já em 1917, desenvolveu fantásticas teorias sobre o efeito fotoelétrico e emissão estimulada por radiação, teorias que seriam tomadas como base para muitos dos futuros estudos sobre laser. Muitos anos depois se conseguiu o domínio do laser, hoje algo comum na vida de todos nós.
Sem dúvida alguma o advento do Compact Disc representa para todas as pessoas ligadas ou não ao mundo tecnológico um marco na evolução das técnicas de leitura e gravação de informações. Em 1967 registraram-se os primeiros experimentos quanto a gravação digital do som, desenvolvida pela NHK Techical Research Institute. A técnica ficou conhecida como PCM (Pulse Code Modulation).
Manutenção de Leitores Ópticos
Em curso desde os anos 1970, a revolução do CD mudou a maneira como nós consumimos música, filmes e arquivos digitais para sempre.
Em meados de 1972, a Denon, uma divisão da mega empresa Nippon Columbia fez em definitivo a primeira gravação digital para servir de matriz a um LP: nascia o primeiro disco pseudo-digital. Baseadas nestes experimentos três empresas japonesas (Sony, Mitsubishi e Hitachi) desenvolveram o primeiro equipamento DAD (Digital Áudio Disc). Em 1977 estas mesmas empresas demonstraram publicamente o novo sistema que, comparado com o atual CD, era um tanto ou quanto primitivo, pois utilizavam discos do tamanho de LPs comuns e com pouca capacidade (cerca de meia hora de musica contínua).
O disco laser tal como conhecemos hoje surgiu nos laboratórios da Philips em Eindhoven, Holanda. Foram nestes laboratórios que se aprimoraram as técnicas de gravações ópticas e digitalização de dados.
A Sony, empresa que também desenvolvia pesquisas nesta área tecnológica, em meados de 1980 uniu-se à Philips para a troca e soma de tecnologias e assim, juntas, criam o que o mundo conheceria como CD Player. Nesta divisão de trabalho, a Sony se dedica ao desenvolvimento de todo o software do sistema (algoritmo) enquanto a Philips se aplicava ao projeto de hardware.
A apresentação oficial do CD para mundo só ocorreu em outubro de 1982, quando levado para Tóquio e apresentado num Stand de novidades internacionais de tecnologia (All Japan Audio Fair), que logo consolidou-se como a revelação do ano. Nesta feira de áudio foram lançados 30 modelos de toca-discos digitais e 145 títulos de discos produzidos pela CBS/Sony e por gravadoras européias lideradas pela Polygram. Em março de 1983, a novidade tecnológica entra na Europa e brilha em Paris.
Nos EUA, o áudio digital só chegou em junho de 83, no Consumer Electronics Show, realizado em Chicago. Os primeiros modelos comercializados tiveram preços que variavam entre US$ 900 e US$ 7.500. A abertura de vendas, em nível mundial, só ocorreu no final de 83.
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O Discman, da Sony, foi um dos pioneiros em portabilidade do som digital.
Em 1984, a Sony lançou o Discman, anunciado como o sucessor do Walkman – e que, na verdade, frustraria a todos. Ao final de 5 anos, já haviam sido vendidos mais de 30 milhões de leitores de CD e aproximadamente 450 milhões de discos digitais. Para nós simples mortais do Brasil, a Philips lançou em outubro de 84 o primeiro CD player (CD-204) que chegou as lojas em novembro, vencendo a corrida contra a Gradiente, que só lançou seu modelo no natal daquele ano.
É notória e indiscutível a superioridade do Compact Disc sobre os aparelhos analógicos, porém esses equipamentos de alta tecnologia, grande precisão e incrível fragilidade têm uma duração muito menor do que realmente gostaríamos.
Enquanto os discos ópticos duram décadas, o leitor poderá durar apenas algumas mil horas! É isso mesmo, muitos destes, durante o uso, já apresentam problemas muito antes de completar sua primeira milésima hora. Só para esclarecer, uma unidade óptica (peça responsável por gerar/coletar o feixe laser) era projetada, no início, para durar algo em torno de 10.000 horas.
Infelizmente, na prática, pelo mau uso e com a queda de qualidade da produção, estas unidades atualmente duram entre 3.000 e 5.000 horas, com otimismo. Assim, pagamos um preço alto pelos benefícios do laser. A troca da unidade óptica é algo crítico devido a seu preço, as unidades de CD mais baratas custam cerca de US$ 30 , já unidades de CD-RW podem ter valores mais elevados, em torno de US$ 50. As unidades de DVD e Blu-ray podem superar a quantia de US$ 150. No caso específico das unidades ópticas de CD-Rs o problema é maior, visto que no modo gravação aumentamos a corrente sobre o diodo laser, desgastando-o mais rapidamente.
Manutenção de Leitores Ópticos
Leitores de DVDs e CDs precisam de manutenção adequada para funcionar perfeitamente.
É importante dizer que nem sempre a falha de leitura se dá por esgotamento do cristal oscilador, principalmente quando as unidades são mais novas. Existem muitos outros fatores, como sujeiras e oxidações, que geram problemas idênticos, sem falar na necessidade dos ajustes. Por todas essas razões veremos durante nossa série de artigos como proceder para uma manutenção correta nestas frágeis unidades, com alguns cuidados poderemos mantê-las funcionando por mais tempo.
Como não poderia faltar, a padronização do CD-DA (áudio) veio rápido. Para sua internacionalização através de códigos e normas, adotou-se o padrão Red Book. A origem deste nome deve-se a um fato pitoresco: todas as anotações dessa tecnologia eram feitas em livros de capa vermelha. Com o passar dos anos e o aparecimento de novos formatos de CD, obviamente, houve a necessidade de novas padronizações, as principais que regem o mundo do CD são:
CD-DA (1982): Red Book
CD-ROM (1985): Yellow Book
CD-I (1987): Green Book
CD-ROM MO/WO (1990): Orange Book
DVD(1994): White Book
Só a título informativo, as primeiras experiências com gravação de vídeo disco foram feitas nos antigos VLDs (Video Laser Disc). O processo básico de leitura/gravação era similar à tecnologia empregada hoje, mas as semelhanças param por aí. Os tamanhos do VLDs variavam de 7 a 30 cm (famosos “bolachões”). Num disco de 30 cm de diâmetro era possível colocarmos até 2 horas de filme por lado.
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Oportunamente, serão feitas comparações entre estas várias modalidades de discos digitais. Atualmente dispomos de novas tecnologias como a do Blu-ray ou BD , cujo princípio funcional esta enraizado nos conceitos apresentados aqui e que serão detalhados em momento oportuno nesta obra. Esta tecnologia é a sucessora do DVD, capaz de armazenar filmes com resolução até 1080p Full HD (linhas com varredura progressiva), o que significa que podemos dispor de vídeos gravados nestes discos ópticos com até 4 horas de alta qualidade e sem perdas. Dar suporte a estes produtos, evidentemente é mais um grande desafio para os profissionais do segmento de serviços técnicos.
Por fim, é fácil perceber que o advento do laser, junto a fotônica, representa o que o transistor proporcionou à eletrônica no final da década de 40.
Tipos de Laser
Laser Rubi
O primeiro Laser colocado em funcionamento data de 1960, desenvolvido pelo cientista Theodore Maiman. Nesta época, foi utilizado um cristal de rubi como oscilador e ficou conhecido como laser de bombeamento óptico.
Laser a Gás
Em um tubo aplicava-se uma mistura de gases nobres He-Ne (Hélio e Neônio) na proporção de 80% e 20%, respectivamente. Eram feitas descargas elétricas nestes elementos fazendo com que seus átomos se chocassem uns contra os outros. Desta colisão, obtinha-se diferentes níveis energéticos (liberação de fótons). No interior deste tubo existiam micro espelhos que aumentavam a concentração do feixe inicial, orientando-o.
Laser Semicondutor
Consiste em um bloco semicondutor (junção PN-GaAlAS), que por intermédio de uma baixa corrente produzirá oscilações nesta junção. Estas oscilações gerarão colisões e recombinarão elétrons e lacunas, emitindo fótons ou elementos de luz. Por se mostrar o mais econômico, estável, com poucas dimensões e boa durabilidade, tornou-se o modelo mais popular para a aplicações técnicas em leitura de dados.
Laser Corante
Dispositivo que possui líquido circulante em suas estruturas que são excitados por lâmpadas ou outros tipos de lasers. Um dos materiais mais empregados é o RH 6G, elemento altamente fluorescente, largamente utilizado no início da era espacial. A grande vantagem deste tipo de laser é a de podermos variar sua freqüência bastando para isso girarmos um elemento chamado grade de difração que altera filtros internos deixando passar apenas a freqüência desejada. Estes lasers podem gerar pulsos extremamente curtos.
Ficamos por aqui, até um próximo capítulo!
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