Lula quer vínculo de crédito e empregos em bancos federais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que as linhas de financiamento dos bancos públicos deverão estar vinculadas à geração de empregos.

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao setor produtivo seriam condicionados à criação e manutenção de vagas.

Lula destacou, no entanto, que a orientação é para todos os bancos controlados pelo governo federal –Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia, além do BNDES.

“Quando eles fizerem empréstimos ou crédito, que isso esteja ligado à geração de postos de trabalho, porque é o que conta para a distribuição de riqueza e para melhoria de vida das pessoas”, disse Lula em seu programa semanal de rádio, “Café com o Presidente”.

O governo anunciou essa nova política depois que o mercado de trabalho foi contaminado pelos efeitos da crise financeira global. Segundo o Ministério do Trabalho, em 2008 a economia brasileira criou 1,45 milhão de empregos formais, ante geração de 1,62 milhão no ano anterior. Em dezembro, entretanto, o saldo foi negativo em 654.946 vagas com carteira assinada.

O presidente ressaltou que, como o Tesouro reforçará o caixa do BNDES com R$ 100 bilhões para que não faltem financiamentos para os grandes projetos da iniciativa privada e da Petrobras, um dos desafios do governo é assegurar crédito para as empresas de menor porte.

“Nós agora precisamos cuidar do capital de giro para a pequena e a média empresa brasileira, porque elas são grandes geradoras de emprego”, sublinhou.

“Precisamos fazer com que esse capital de giro seja alavancado rapidamente. É preciso diminuir a parte burocrática do governo e dos bancos para que voltemos à normalidade no crédito brasileiro”, acrescentou.

Para Lula, a capitalização do BNDES suprirá uma parte da demanda das empresas que passaram a buscar dinheiro no mercado doméstico devido à escassez de crédito no exterior. “Não queremos que nenhum grande projeto que estava previsto seja paralisado.”

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