Itália lança pacote de cortes e novos impostos
Itália lança pacote de cortes e novos impostosO novo primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, vai apresentar hoje ao uma proposta de € 30 bilhões em novos impostos e cortes de gastos ao longo de dois anos, incluindo a redução de pensões futuras, em um esforço para acabar com uma crise orçamentária que abalou o futuro da moeda comum da Europa.
Cerca de € 20 bilhões virão de cortes, incluindo grandes mudanças na forma como as pensões de trabalhadores italianos são calculadas e um aumento de um ano na idade de aposentadoria, em vigor a partir de janeiro.
O resto do pacote envolve um imposto de 1,5% sobre transações financeiras, um novo imposto sobre barcos, carros e aviões e os esforços para reprimir a evasão fiscal. Reduzir os custos do governo é essencial na tentativa de impulsionar a economia italiana através da reconstrução de infraestrutura.
Ao anunciar os cortes ontem à noite, Monti – que também é o atual ministro das Finanças – abriu mão do salário para as duas funções.
A pensão mínima do país, que hoje vale 500 euros, não será cortada, segundo a ministra do Bem-Estar Social, Elsa Fornero. Mas as pensões dos italianos devem passar a ser calculadas com base no histórico de salário no inteiro, ao invés de nos últimos três anos – um movimento que poderia cortar a pensão de aposentado médio em cerca de € 100 por mês.
Itália lança pacote de cortes e novos impostosO anúncio veio depois de um fim de semana de negociações difíceis entre os partidos políticos e os sindicatos italianos. Fornero começou a chorar quando anunciou os cortes. O pacote precisa antes ser aprovado pelo parlamento da Itália.
A Itália é a terceira maior economia no sistema do euro e a maior emissor de títulos, com cerca de € 1,9 trilhão em dívidas. É o mais recente país europeu a enfrentar questionamentos sobre sua carga de débito, uma crise que tem ameaçado o equilíbrio da moeda comum de 17 Estados europeus.
Monti assumiu o cargo em novembro após a renúncia do antigo premier Silvio Berlusconi, que foi derrubado por dificuldades em emplacar cortes orçamentais. Ele foi o segundo líder europeu forçado a sair pela crise da dívida, juntamente com George Papandreou, na Grécia.
Ex-comissário da União Europeia, Monti disse ao povo italiano que as medidas são necessárias para “salvar a Itália”. Ele afirmou, ainda, que os italianos devem culpá-lo, e não os líderes da União Europeia, pelos cortes. “Eu prefiro ser criticado, em vez de a Europa. As coisas podem continuar sem mim, mas não sem a Europa.”