Itaipu começa a substituir sistema de proteção das linhas de transmissão

A Diretoria Técnica da Itaipu começou nesta quarta-feira (21) a instalação do novo sistema de proteção das linhas de transmissão que levam a energia produzida na usina até a subestação de Furnas. Os equipamentos atuais, com tecnologia estática, serão substituídos por digitais, considerados mais seguros e confiáveis. A previsão é que o trabalho seja concluído até o final do primeiro semestre de 2012.

De acordo com o engenheiro José Chiaradia Siqueira, da Divisão de Engenharia Eletromecânica (ENEE.DT), o atual sistema é antigo, com mais de 25 anos, e defasado tecnologicamente. Além disso, o fabricante original deixou de produzir o equipamento – só o faz por encomenda -, o que dificulta a aquisição de peças de reposição.

O processo de licitação internacional para troca do sistema foi lançado em 2006 e vencido pela empresa ABB, com sedes na Suécia e na Suíça. A ordem de serviço foi assinada em 28 de janeiro de 2008. O contrato, no valor de R$ 3,4 milhões, prevê a elaboração dos projetos, a fabricação e, finalmente, a instalação dos painéis de proteção – que começou nesta semana.

Os novos equipamentos, chamados de Dispositivos Eletrônicos Inteligentes (IED, na sigla em inglês), são microprocessados, capazes de executar funções de proteção, automação, comunicação e controle. “Ele é mais seguro porque foi submetido a ensaios de modelo em simuladores de tempo real para prever seu comportamento no sistema elétrico de Itaipu e validar seus ajustes antes de sua entrada em operação”, disse Chiaradia.

“Nestes ensaios, são previstas várias condições de operação e perturbações no sistema elétrico para obter um ajuste adequado e comprovar o desempenho do IED na proteção das linhas de transmissão”, acrescentou.

Segundo ele, o novo equipamento “permitirá, por exemplo, implementar lógicas de controle e proteção que o equipamento atual não permite e que poderão evitar interrupções no fornecimento de energia”.

Como é feito

No total, são oito linhas de transmissão até a subestação de Furnas, com extensão entre oito e onze quilômetros, além outras duas linhas seccionadas, para atender a Administração Nacional de Eletricidade (Ande), a concessionária de energia do Paraguai. De Furnas, a energia produzida na Itaipu é interligada ao sistema elétrico brasileiro.

Segundo o engenheiro, a troca do sistema de proteção será feita linha por linha, com duas frentes de trabalho simultâneas: uma no terminal de Itaipu, na subestação isolada a gás (cota 128), e outra em Furnas. Para não haver prejuízo no fornecimento de energia, somente após a conclusão do serviço em uma linha, começará a instalação em outra, sempre com a autorização do Operador Nacional do Sistema (ONS).

Para cada linha, estão previstos aproximadamente 12 dias de trabalho, mobilizando de 15 a 20 profissionais. Tempo suficiente para desligar os equipamentos nos quatro painéis (dois na Itaipu e dois em Furnas), remover a fiação (mais de mil fios, no total), instalar os novos equipamentos e religar todos os fios (acrescentando um novo conjunto de fibra óptica). No final, o sistema será testado antes de entrar em operação.

“O ONS avalia a condição operacional do sistema elétrico brasileiro para decidir se é possível fazer o trabalho no período programado, baseando-se nas previsões de carga do sistema elétrico, condições climáticas e meteorológicas, ou ainda na previsão de vazões e gestão de reservatórios”, completou Chiaradia.

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