INEE e ABVE realizam seminário “O Etanol na Era do Veículo Elétrico” em São Paulo
O uso do etanol como combustível veicular é uma realidade no Brasil. Em 2010, os carros flex representaram 86% das vendas, ou seja, 2,8 milhões de novos carros podem usar esse biocombustível, misturado ou não à gasolina. No entanto, em sua maioria, os automóveis flex têm um rendimento inferior àquele observado nos carros a etanol comercializados no fim da década de 80, durante o PROALCOOL.
É neste cenário que o INEE – Instituto Nacional de Eficiência Energética – e a ABVE – Associação Brasileira do Veículo Elétrico – promovem no dia 4 de maio, no Auditório Brasil, em São Paulo, o seminário “O Etanol na Era do Veículo Elétrico”.
O etanol é comumente considerado inferior à gasolina porque é preciso um volume maior daquele combustível para percorrer a mesma distância. Entretanto, o etanol possui qualidades como o alto teor de octanagem que proporciona maior eficiência e desempenho ao veículo. Há vantagens também do ponto de vista ambiental, já que é um combustível neutro do ponto de vista do efeito estufa e sua utilização reduz a poluição urbana, ao contrário da gasolina e do diesel.
Além disso, a cadeia de produção do etanol emprega uma grande quantidade de mão-de-obra.
A substituição do diesel pelo etanol no transporte urbano será analisada no seminário. O diesel é atualmente a principal fonte de energia usada no Brasil. Em 2009, o consumo em termos energéticos superou a energia elétrica usada no país. Uma parte importante desse combustível é usada no transporte urbano onde o acionamento elétrico híbrido pode usar o etanol como alternativa, de forma competitiva e com grande ganho ambiental.
“A entrada de veículos elétrico-híbridos abre uma oportunidade para o etanol unir dois mundos. Posso afirmar que esse seria, de longe, o veículo mais verde do mundo”, revela Buarque de Hollanda, diretor geral do INEE.
Os veículos híbridos possuem grande vantagem quando utilizados no trânsito urbano, por se tratar de um regime de arrancar e parar. No veículo convencional, perde-se energia na frenagem. No veículo elétrico híbrido, quando se freia, o motor elétrico comporta-se como gerador e alimenta a bateria. O princípio é tão interessante que foi absorvido pelos automóveis da Fórmula 1 que estão utilizando a tecnologia chamada de frenagem regenerativa.
Experiências com VEH a Etanol
Uma iniciativa importante na utilização de Veículos Elétricos Híbridos(VEH) a Etanol é patrocinada pela Itaipu Binacional. O protótipo projetado e fabricado no Brasil é um veículo plug-in. Ou seja, usa em parte energia da rede elétrica, complementando a energia elétrica produzida a bordo, e usa motor de combustão interna de menor potência. O ônibus foi usado em dezembro do ano passado durante a Reunião de Cúpula do Mercosul. A experiência será apresentada no seminário.
Na Suécia, o conceito é aplicado em 85 ônibus fabricados pela Scania que entraram em operação em 2010 e fazem parte do transporte público de Estocolmo. O Conselho da capital sueca estabeleceu que pelo menos 50% do transporte de passageiros da cidade deverá ser movido a combustível renovável até 2012.
Sobre o seminário
Para o debate sobre a alta eficiência do motor exclusivamente a etanol foram convidados Francisco Nigro, professor da Escola Politécnica da USP; Henry Joseph, Gerente de teste e Emissão da VW e presidente da Comissão de Emissões e Meio Ambiente da ANFAVEA; e Marcos Langeani, diretor da Next Engine Technologies.
Sobre os temas da substituição do diesel pelo etanol no transporte urbano e a alternativa do uso do Veículo Elétrico Híbrido a Etanol, participarão dos debates Antonio Vicente Souza e Silva, consultor e diretor técnico da ABVE; Next Engine Technologies.Antonio Otelo Cardoso, diretor técnico executivo da ITAIPU Binacional; e Jayme Buarque de Hollanda, diretor geral do INEE.
Haverá também uma mesa redonda que levantará a discussão sobre o uso do etanol de forma mais eficiente, frente a maior complexidade e competitividade potencial da nova matriz energética do país.
Com coordenação de Marcos José Marques, presidente do Conselho Diretor do INEE, e participação de Alfred Swarcz, Consultor UNICA; Werther Annichino, Conselheiro da UNICA e COPERSUCAR; Waldyr Gallo, professor UNICAMP / FEM; e Antonio Calcagnotto, Diretor de Relações Institucionais e Governamentais da Renault / Nissan.