Indústria paulista abre 46.500 vagas em abril, mas diminui ritmo

A indústria paulista de transformação contratou 46.500 trabalhadores no mês de abril, um crescimento de 1,81% sobre março, sem ajuste sazonal. Descontados os efeitos sazonais, o índice ficou estável em 0,03% no mês. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (12) pelo Ciesp e a Fiesp.

No saldo líquido do ano já são 97.000 novos empregos em relação a 2010, o que indica alta de 3,85% no período, com forte participação das atividades ligadas a açúcar e álcool. Só em abril foram abertas 30.000 vagas no setor, com o início da colheita e a intensificação da moagem de cana nas usinas.

Mas o ritmo da indústria está mais modesto, alerta o Ciesp. O crescimento acumulado de janeiro a abril nos últimos anos atingiu a faixa de 5%, descontado o período de 2009 por conta do rescaldo da crise financeira global.

“É um comportamento positivo para um princípio de ano, mas sem o vigor de anos anteriores. Enxergamos certa acomodação para a indústria e, por consequência, para o emprego”, avaliou Paulo Francini, diretor de Economia do Ciesp/Fiesp.

Cenário

O governo deve anunciar em breve um pacote de medidas na tentativa de recuperar a competitividade do setor industrial, que enfrenta problemas de custo e rentabilidade por conta do câmbio desfavorável e os altos juros no Brasil.

Para Francini, o rumo da indústria em 2011 depende diretamente dessa decisão. A Fiesp projeta um crescimento de 3,5% da atividade industrial paulista ao final do ano, e de 2,5% no índice de emprego (cerca de 60 mil novas vagas).

São esperadas medidas para coibir a aplicação de benefícios fiscais na compra de produtos importados, praticada por alguns estados, além da desoneração de investimentos e a redução da alíquota do INSS sobre a folha de pagamento, especialmente para o setor de transformação.

“Dentre os setores da economia, a indústria de transformação é, de longe, o que mais paga tributos e mais está sofrendo com o câmbio. O objetivo maior a ser atingido é dar em troca o usufruto de maior competitividade ao setor”, opinou Paulo Francini.

Setores e regiões

Dos setores analisados pelo índice de emprego, 14 tiveram comportamento positivo, três ficaram negativos e cinco estáveis. Produtos Alimentícios, principalmente pelo açúcar, concentrou a maior expansão, com 10,7%. Em seguida, vieram os setores de Fabricação de Coque, Petróleo e Biocombustíveis (9,5%) e Equipamentos de Informática (1,5%). Os setores que registraram queda foram Couro, Artigos de Viagem e Calçados (-1%) e Produtos de Borracha e Plástico (-0,7%).

Quanto ao comportamento das Diretorias Regionais do Ciesp, a maioria (30) computou alta no quadro de funcionários em abril. Entre elas, Jaú (11,34%), Sertãozinho (9,47%) e Araraquara (8,89%). Registraram as maiores baixas Santo André, com recuo de 0,74% nas contratações do período, Diadema (-0,64%) e Cotia (-0,44%).

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