Indústria naval sofre falta de mão de obra especializada

Indústria naval sofre falta de mão de obra especializadaA indústria naval brasileira enfrenta dificuldades para encontrar mão de obra especializada. Faltam, sobretudo, soldadores capacitados para atender à demanda dos estaleiros e de oficiais da Marinha Mercante. Esse foi um dos tópicos abordados em uma das maiores feiras de offshore do país, a Navalshore 2012, que acontece esta semana no Rio de Janeiro.

O setor, que está em franca expansão, movimenta mais de R$ 3 bilhões por ano e emprega pelo menos 62 mil pessoas, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval). Essa expansão é motivada, principalmente, pela exploração de petróleo e gás em alto-mar, que exige cada vez mais navios, plataformas e equipamentos.

A Associação Brasileira de Soldagem (ABS) aponta a falta de soldadores “em quantidade e qualidade” para atender a indústria naval. Segundo o diretor executivo da entidade, Daniel Almeida, atualmente, os jovens não estão se sentem atraídos pela profissão, cujo salário está em torno de R$ 3,5 mil e que exige cerca de um ano de treinamento.

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“A soldagem mostra um ambiente agressivo, mas sabemos que o jovem quer trabalhar em uma sala com televisão e ar condicionado”, explicou Almeida. Para reverter o quadro, que não é exclusivo do Brasil, são realizadas campanhas nos Estados Unidos e na Europa, mostrando o potencial de carreira na área. Aqui no Brasil, a ABS pretende ampliar de seis para dez os centros de formação até o fim deste ano.

A Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (Abeam) compartilha da preocupação. Existe um déficit de mil oficiais de Marinha Mercante, que seriam responsáveis por conduzir navios brasileiros e estrangeiros no país. A entidade estima que o número de profissionais deve aumentar 92% entre 2010 e 2020, mas avalia que mesmo assim, o número é insuficiente, visto o crescimento do setor.

“Esse déficit nos obriga a fazer ginástica para operar embarcações”, disse o presidente, Ronaldo Lima. A entidade pede a suspensão temporária da regra do Ministério do Trabalho que obriga a contratação de tripulantes brasileiros no setor marítimo.

(com informações da Agência Brasil)