Indústria de moto deve faturar R$ 11,5 bilhões em 2010
São Paulo, 01 de dezembro de 2010 – A indústria fabricante de motocicletas conseguiu recuperar parte das perdas registradas desde final de 2008(no ano passado) e deve encerrar o exercício de 2010 com faturamento de R$ 11,5 bilhões, ante os R$ 10,4 bilhões faturados em 2009.
Com capacidade instalada para fabricar 2,5 milhões de motocicletas por ano, o setor de motocicletas, segundo Laerte Rocca Herrero, diretor do SIMEFRE (Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários), está encerrando 2010 com produção de 1.720.000 unidades, volume que representa crescimento de 12% sobre o volume de 2009.
Para Herrero, a retomada gradual do crédito em níveis melhores que os obtidos em 2009 e o segmento de consórcio (que teve participação significativa nas vendas do setor com um crescimento aproximado de 20% tomando como base 2009)foram fatores importantíssimos para o bom desempenho do setor de motocicletas no exercício que termina. “As empresas de consócio conseguiram colocar no mercado em torno de 330.000 unidades, confirma.
Do total comercializado pela indústria durante o exercício de 2010, estima-se que 1.750.000 unidades (previsão consumindo estoque nas fábricas) deverão ser fornecidas para o mercado interno, ante 1.580.000 unidades comercializadas de janeiro a dezembro de 2009.
As vendas externas, segundo Herrero continuam representando pouco para o setor, cerca de 4% da produção da indústria de motociclos. “Este ano o volume a ser exportado não deverá superar a casa dos 70 mil unidades”, acentua.
De acordo com o diretor do SIMEFRE, o câmbio desvalorizado e a falta de competitividade dos produtos brasileiros no Mercosul em decorrência da alta carga tributária brasileira continuam prejudicando as exportações do setor. “Aliás, essa tem sido a principal causa para o baixo percentual de exportação”, complementa Herrero.
O que deu um alento à indústria de motocicleta em 2010 foi a melhoria no poder aquisitivo dos brasileiros, que retornaram às compras. Na verdade, a demanda aumentou porque o mercado voltou a oferecer financiamentos mais longos e créditos mais atraentes. Perspectivas 2011 – Responsável por cerca de 360 mil empregos diretos e indiretos, a indústria de motocicletas opera atualmente com uma capacidade ociosa de 30%. Essa folga permite projetar um desempenho maior em 2011 sem que sejam necessários grandes investimentos.
Herrero acredita que a produção de motociclo no próximo ano seja de 2.060.000. Desse total, o mercado interno deverá absorver 2 milhões de unidades, enquanto que as exportações deverão responder por 60 mil motocicletas. “Para curto prazo teremos a injeção de mais de R$ 14 bilhões no mercado com o 13º. Salário, aliado a um aumento de emprego e renda em função do final do ano, uma vez que não temos sentido retração na intenção de compra por parte de nossos clientes”, finaliza.