Fundições aumentam valor agregado com usinagem
É cada vez mais comum encontrar fundições no Brasil que já contam com seu próprio setor de usinagem. A princípio, foram forçadas por seus clientes a entregas suas peças fundidas já usinadas. Muitas optaram por terceirizar o serviço, mas uma boa parcela encontrou aí uma possibilidade de ampliar o valor agregado de seus produtos.
Essa ainda é considerada uma tendência, embora algumas grandes empresas prestem serviços de usinagem desde a sua fundação. A novidade está no aumento do número de empresas que já adotaram o serviço. Esse fato foi evidenciado na Fenaf – Feira Sulamericana de Fundição, realizada na semana passada no Expo Center Norte, em São Paulo. Empresas como Metal 2, Teksid e Lepe, entre várias outras, exibiam seus produtos fundidos já usinados.
Os fabricantes e distribuidores de máquinas-ferramentas estão atentos a esse segmento. Três deles estiveram presentes à Fenaf: Heller, Romi e Cosa. A Heller, aliás, participa do evento (organizado pela Abifa – Associação Brasileira da Indústria de Fundição) pela segunda vez. O gerente Comercial, Adalberto Moraes, conta que a empresa chegou ao setor de fundição há cerca de três anos, após realizar análise mercadológica, visando o encontro de novos nichos. Na feira, a Heller apresentou um centro de usinagem horizontal de grande porte.
Para Hermes Alberto Lago Filho, gerente de Comercialização da Romi, a realização dos serviços de usinagem pelas fundições já não é tendência, mas realidade. “Quem compra fundidos hoje quer o produto entregue já usinado”, afirma. Visando atender o crescimento do perfil das peças fundidas no mercado brasileiro, a Romi levou para o evento duas máquinas para trabalhos pesados: um torno Galaxy 50 e um centro Discovery 1250 que também pode ser aplicado para a produção de moldes, caixas e placas para fundição.
Já a Cosa Intermáquinas expôs o centro de furação e rosqueamento Hyundai-Kia KV25P, de duplo pallet, ideal para a produção e usinagem em alumínio. Para Cristian Spinelli, supervisor de Marketing da Cosa, as fundições estão investindo em máquinas operatrizes para ampliar o valor agregado de seus produtos. “Isso também torna as fundições menos dependentes de terceiros, aumentando o controle da qualidade de seus produtos”, observa.