Demanda permite à Gerdau reajustar preços em 15%
Alheio à esperada desaceleração da economia dos Estados Unidos, o grupo Gerdau não detectou qualquer redução na demanda mundial no início deste ano. De quebra, a companhia aplicou reajustes nos preços cobrados nos mercados interno e externo e prevê crescimento nas vendas mundiais.
De acordo com o diretor presidente da companhia, André Gerdau Johannpeter, o mercado norte-americano pode ser impactado pelo movimento econômico mundial, mas os projetos de infra-estrutura do país devem ser mantidos, garantindo demanda local. Por outro lado, o cenário atual, caracterizado pelo enfraquecimento do dólar e pelos custos logísticos elevados, são favoráveis aos negócios da empresa, que possui atuações locais naquele país.
No Brasil, a demanda permanecerá aquecida e as vendas devem superar em mais de 10% o total negociado no ano passado, quando os setores automotivo, de bens de capital, de construção e de implementos agrícolas se destacaram. “No ano passado reduzimos nossas exportações do Brasil em 10,3% para atender à demanda interna. Para este ano, também prevemos um crescimento das vendas no mercado doméstico e no exterior”, afirma.
Este cenário permitiu à empresa aplicar reajustes entre 5% e 14% no mercado interno e 10% a 15% no exterior, no mês passado. Além disso, a Gerdau precisará investir no aumento de sua capacidade produtiva. Até 2010, a companhia aportará US$ 6,4 bilhões. “Temos projetos de aços longos e de aços especiais no Brasil, além de operações prevista para a América Latina”, destaca o executivo, citando países como Peru, Colômbia, Chile e México. A empresa também espera definir em até seis meses o investimento em uma nova laminadora.
Com estes aportes, a capacidade da companhia saltará de 24,8 milhões de toneladas para 28,3 milhões de toneladas de aços e de 21 milhões de toneladas para 24 milhões de toneladas de laminados. Este volume não considera operações ainda não concluídas, como a compra da Quanex, nos Estados Unidos, e de participações na SJK Steel, na Índia, e da Corsa, no México.