CST fará venture com Sun Coke e Belgo para produção de coque
A Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), maior produtora de placas de aço do mundo, está formatando uma joint-venture para a construção de sua coqueria e de uma termelétrica para garantir o abastecimento de energia para a usina após seu projeto de expansão de capacidade (das atuais 5 milhões de toneladas para 7,5 milhões de toneladas anuais).
A joint-venture – cujos detalhes serão anunciados nos próximos dias – envolverá a CST (60% do capital total), a Belgo-Mineira (20%) e a siderúrgica norte-americana Sun Coke (outros 20%), de acordo com o presidente da usina capixaba, José Armando Campos, durante apresentação dos relatórios anuais ambiental e social de 2003 (ver reportagem na página A-7).
O investimento total na coqueria e na termelétrica é da ordem de US$ 390 milhões. Numa etapa posterior, disse Campos, a Acesita poderá integrar o projeto, comprando da Belgo-Mineira o equivalente a 5% da coqueria. A Companhia Vale do Rio Doce – por meio de sua controlada Rio Doce Manganês – também poderá adquirir, da CST, outros 5% do novo empreendimento.
A Sun Coke iria construir, sozinha, uma coqueria no Espírito Santo, com investimento total da ordem de US$ 1,3 bilhão (parte dos recursos viria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES). Entretanto, a norte-americana desistiu do empreendimento, “devido ao risco de falta de energia elétrica, pela indefinição e pouca clareza do modelo energético”, disse o presidente da CST.
As obras da coqueria – que terá capacidade de produção de 1,55 milhão de toneladas de coque por ano – deverão começar ainda neste ano. Já a expansão da siderúrgica, que está em sua terceira fase, terá início em agosto. Os investimentos totais na ampliação da capacidade de produção da CST são de aproximadamente US$ 1,1 bilhão e deverão ser concluídos até o final de 2006.
Do aporte total previsto para a ampliação, a CST já fechou contratos de US$ 300 milhões, entre obras, construção de alto-forno, convertedores e um desgaseificador. A CST deverá desembolsar US$ 840 milhões no projeto; o restante virá de financiamentos do BNDES (cerca de 60%) e de institiuições internacionais.
Energia própria
A nova termelétrica queimará os gases provenientes da coqueria para a produção de 150 MW de energia, que ficarão a cargo da CST. Desse total, 20 MW serão usados na coqueria e 130 MW serão vendidas ao mercado pela siderúrgica.
O consumo do coque (insumo para a produção do aço) será dividido entre CST (60% do volume total da coqueria), a Belgo-Minera (25%) e os restantes 15% ficarão com Acesita e a Vale.
O presidente da CST disse que o aumento da participação do grupo europeu Arcelor na CST não muda em nada a política de crescimento da empresa. “As estratégias já eram decididas em parceria com os acionistas”, afirmou. A Arcelor, maior siderúrgica do mundo, comprou a participação integral (20,5% do capital votante) que a Companhia Vale do Rio Doce detinha na CST por US$ 579 milhões, em negócio concluído no final de junho. “O que vai balizar o crescimento da produção de bobinas de aço será o aumento da demanda no mercado interno”, afirmou Campos.
Produção de bobinas
O executivo também não quis comentar o objetivo do BNDES, que pretende transformar o crédito que tem para receber da CST por participação acionária direta na empresa. “Quem negocia esse assunto são os acionistas”, disse.
O executivo disse que em 2007 ou 2008 a empresa deverá aumentar a produção de bobinas, produto com maior valor agregado. Em 2006 a empresa deverá produzir cerca de 2,4 milhões de toneladas de bobinas de aço, 20% a mais que a projeção de 2 milhões de toneladas deste ano.
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