Consumo de produtos químicos de uso industrial cresce 9,7%
Consumo de produtos químicos de uso industrial cresce 9,7%O consumo aparente nacional de produtos químicos de uso industrial registrou um crescimento de 9,68% em 2011 sobre o ano anterior, informa o Relatório de Acompanhamento Conjuntural (RAC) da Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM). Porém, os principais índices de volume apurados pela associação mostram que a indústria local vem perdendo competitividade em ritmo acelerado com relação à capacidade de atendimento da demanda interna.
No período entre janeiro e dezembro de 2011, houve uma queda de 3,83% na produção, e um decréscimo de 4% nas vendas internas, em relação a 2010. Todo o crescimento da demanda interna por produtos químicos foi atendido por importações, que cresceram 24,83% na mesma comparação.
Consumo de produtos químicos de uso industrial cresce 9,7%Na avaliação da entidade, esse desempenho é explicado, em parte, pelo elevado custo com aquisição de matérias-primas básicas em relação aos concorrentes no comércio internacional. No entanto, a queda na produção no último trimestre de 2011, de 4,02%, já era prevista, por conta da sazonalidade do segmento químico, ocasião em que as empresas aproveitam para programar suas paradas para manutenção.
As compras de produtos químicos no exterior têm crescido também pelos incentivos fiscais dos estados à importação e a valorização do real em relação ao dólar. O agravamento da crise internacional e a consequente elevação dos excedentes mundiais em produtos químicos devem pressionar ainda mais a parcela de importações para cima. “Como a indústria química opera em regime de processo contínuo, não é possível reduzir a produção de acordo com a flutuação do consumo”, explica Fátima Ferreira, diretora de Economia e Estatística da ABIQUIM. Com o aumento dos excedentes mundiais, a associação acredita que um fluxo maior para o mercado brasileiro deverá continuar.
Ainda segundo o RAC, o índice de preços cresceu 14,63% de janeiro a dezembro de 2011 em relação ao mesmo período do ano anterior. Já a taxa de ocupação da capacidade foi de 80%, permanecendo abaixo da registrada em 2010, que foi de 83%.