Brasil vai revisar acordo de perfuração no valor de 7 bilhões de dólares com a BP

O governo brasileiro decidiu revisar o acordo de compra de ativos petrolíferos pela BP (British Petroleum) em águas profundas, anunciado no último dia 11 de março, seis semanas da catástrofe ecológica no golfo do México, segundo a edição desta quarta-feira (16) do jornal britânico “The Times”.

De acordo com a publicação, a ANP (Agência Nacional do Petróleo), que supervisiona a segurança na indústria petrolífera do país, está revisando o negócio entre a BP e a Devon Energy, que custou cerca de US$7 bilhões. Segundo fontes da ANP citadas pelo jornal, o acordo está sendo avaliado e ainda não tinha sido tomada nenhuma decisão a respeito de sua aprovação.

A diretora da ANP, Magda Chambriard, e o responsável de temas de segurança, Raphael Moura, viajarão para Houston (Estados Unidos) na próxima semana para realizar conversas com representantes da BP a respeito do acidente da plataforma Deepwater Horizon.

A BP admitiu ontem (15) que o governo brasileiro ainda não tinha aprovado o negócio, mas um porta-voz insistiu que não havia nenhuma indicação de que não iria continuar o contrato.

Tony Thornton, porta-voz da Devon Energy, em Oklahoma City (EUA), disse que o cancelamento do negócio é possível, mas acrescentou: “Nós não vamos antecipá-lo.”

De acordo com o “The Times”, a notícia sobre a revisão dos acordos com a Devon Energy é o primeiro sinal de que os problemas da BP no golfo do México estão começando a impactar a atividade global da empresa.

Em março, a BP assinou com o grupo americano Devon a compra de uma série de ativos em águas profundas no golfo do México, Azerbaijão e nas bacias de Campos e Camamu-Almada no Brasil, que estão em profundidades de até 2.780 metros, assim como duas formas para a exploração em terra na bacia do Parnaíba.

Até agora só foi aprovada uma parte do acordo, relativa aos ativos do golfo do México.

*Com informações da agência EFE e do jornal “The Times”