Apesar do câmbio, Grupo Sandvik cresce no Brasil
A cotação cambial na faixa de R$ 2,15/2,20 derrubou a competitividade de muitos fabricantes locais, em vários segmentos industriais. No setor automotivo, por exemplo, montadoras e fabricantes de autopeças optaram pela importação de componentes em detrimento da produção local. Esse fato certamente vai interferir no desempenho de toda a cadeia de fornecedores para o setor automotivo.
Apesar disso, o Grupo Sandvik irá registrar crescimento no Brasil em 2006. A informação é de José Viudes Parra, presidente da Sandvik do Brasil. Segundo Parra, o bom desempenho de outros setores – como os de petróleo e gás, mineração e químico – impulsionaram os negócios de duas divisões do grupo: a Sandvik Materials Technology, que produz aços inoxidáveis e ligas especiais, tubos, entre outros; e a Sandvik Mining and Construction, que fornece equipamentos, ferramentas e serviços para as áreas de mineração e construção.
Parra demonstra otimismo com o próximo exercício, embora não acredite que o governo irá alterar a política cambial. Esse otimismo vem dos movimentos que tem percebido de integrantes do governo, no sentido de aliviar o peso da carga tributária sobre a indústria nacional já no início do novo mandato. “São medidas que devem acelerar o investimento no País”, afirma. “Isso é importante para o grupo que está ampliando fábricas no Brasil, casos da Coromant e da Dormer Tools”.
Com 39 mil empregados, presente em 130 países, o Grupo Sandvik AB – fundado em 1862 – faturou US$ 8 bilhões em 2005. A América do Sul representa 6% do faturamento do grupo, com crescimento de 11% em relação a 2004. O Brasil é hoje o 11º maior mercado para o grupo (foi recentemente ultrapassado pela China), mas tem grande potencial de crescimento, segundo o presidente do grupo no País. Entre outros fatores, porque “o mercado interno está em crescimento; as exportações têm batido seguidos recordes; nossa base de fabricação está em processo de modernização”, diz, citando números recém-divulgados pelo BNDES que indicam que o País receberá, apenas na área de infra-estrutura, cerca de R$ 90 bilhões em investimentos por ano até 2010.
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