Álcool tem queda no preço, mas só é vantajoso em 6 Estados
Depois de um aumento generalizado no fim do ano passado e nos dois primeiros meses deste ano, o preço do álcool cede por todo o País, mas ainda perde em competitividade para a gasolina na grande maioria do território nacional. Segundo levantamento feito pelo Terra com base na pesquisa de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizada entre 21 e 27 de março, é vantajoso abastecer veículos flex com etanol apenas nos Estados de Goiás, São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Tocantins e Bahia.
Nos demais Estados, a diferença entre o preço da gasolina e do álcool é menor que 30% e vale mais a pena abastecer com o derivado de petróleo, já que ele tem autonomia 30% maior. Em Goiás, a diferença entre os preços é de 41,21%, em São Paulo de 38,6%, no Paraná de 38,56%, em Mato Grosso de 33,48%, no Tocantins de 32,63% e na Bahia de 31,11%..
A pesquisa feita pela ANP leva em conta os preços médios por litro de cada combustível oferecido pelos postos ao consumidor. Com relação à última pesquisa, feita de 14 a 20 de março, o preço do álcool recuou em 23 Estados, com destaque para as quedas no Rio Grande do Sul (8,82%), Goiás (7,89%), Mato Grosso do Sul (7,4%), Paraná (7,3%) e São Paulo (6,42%).
Como o valor do litro pode variar bastante conforme o posto, vale a pena fazer a conta antes de decidir. Por exemplo, na maior cidade do País, São Paulo, é possível encontrar álcool de 1,279 até R$ 1,999 por litro, sendo a média R$ 1,521 (queda de 6,57% em relação à pesquisa anterior).
A conta para decidir pelo combustível é simples. Multiplique o preço da gasolina por 0,7. Se o resultado for maior que o preço do álcool, compensa abastecer com o combustível renovável. Se o valor da multiplicação for menor que o do álcool, a gasolina é mais vantajosa.
As menores diferenças entre o preço dos dois combustíveis são as verificadas no Acre (15,75%), Piauí (16,37%), Roraima (17,64%) e Pará (17,8%).
Redução de álcool na gasolina
Em vigor a partir do dia 1º de fevereiro, a diminuição do percentual de álcool misturado na gasolina é uma medida do governo para tentar aumentar a oferta do combustível renovável e estancar a alta dos preços. A medida terá vigência de 90 dias e, segundo o Ministério de Minas e Energia, aumentará a oferta de etanol em cerca de 300 milhões de l.
Para segurar o preço da gasolina, que poderia aumentar com a redução da mistura de álcool, o governo reduziu a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que incide sobre a gasolina, em R$ 0,08 por litro.