Air Liquide instala fábrica em Sines para separar gases
A Air Liquide, líder da indústria dos gases industriais na Península Ibérica, vai instalar em Sines uma unidade de separação de gases do ar, para produzir 400 toneladas/dia de azoto, oxigénio e árgon na forma líquida.
Segundo a empresa, que não revela para já o volume de investimento a concretizar na cidade do Litoral Alentejano, o arranque da unidade está previsto para finais de 2009. “Estamos na fase de finalização do projecto e as obras estão previstas começar no início de 2008, para o arranque da unidade em finais de 2009”, disse à agência Lusa Ana Paula Valente, da Air Liquide Portugal.
A unidade industrial, de acordo com comunicado da empresa, vai utilizar as “mais recentes tecnologias do grupo para economizar energia” e destina-se a servir os clientes localizados na região de Lisboa, sul de Portugal e sudoeste de Espanha.
“Já temos uma unidade em Estarreja e, agora, escolhemos Sines porque está numa área estratégica, próxima de Lisboa, do sul do país e do sudoeste espanhol”, explicou Ana Paula Valente.
Com o investimento em Sines, onde a indústria petroquímica tem já peso, quer através das unidades implementadas, quer de novos projetos programados, a Air Liquide vai aumentar a sua capacidade de produção na Península Ibérica, para satisfazer o “crescimento previsto dos seus mercados”.
“O desenvolvimento contínuo da indústria portuguesa, desde há muitos anos, nos sectores da química, petroquímica, componentes electrónicos, do vidro e do ambiente, fazem crescer as necessidades em oxigénio, azoto e árgon”, justifica o grupo.
Para Bertrand Saraux, diretor-geral da Air Liquide Portugal, com este novo projeto, o grupo prossegue, em território nacional, a sua “política de investimentos, de forma a acompanhar os futuros desenvolvimentos dos seus clientes”.
“Esta decisão de aumentar a capacidade de produção de gases do ar ocorre no seguimento das decisões já tomadas de aumentar a capacidade de hidrogénio na nossa fábrica em Estarreja e de construir um novo centro de acondicionamento de garrafas na área de Lisboa”, afirmou o responsável.
Os três componentes do ar que vão ser separados na futura unidade de Sines são aplicados nos procedimentos industriais para melhorar a qualidade dos produtos, o nível de segurança, a produtividade e o ambiente.
O azoto, por exemplo, serve para a indústria alimentar (para a ultracongelação), química e petroquímica, eletrônica e, ao nível da saúde, para a crioconservação de células nos laboratórios.
Já o oxigênio é utilizado, nomeadamente, na química e petroquímica, construção mecânica e metálica, refinação, pasta em papel, siderurgia e, no sector agro-alimentar, para a oxigenação de viveiros de peixe.
O árgon tem aplicação nos laboratórios, para as análises, na construção mecânica e metálica, em termos das soldaduras, e para enchimento dos airbags de veículos automóveis.
Com cerca de 40 mil colaboradores em 72 países, a Air Liquide é o líder mundial na produção de gases industriais e medicinais, bem como dos serviços associados, tendo atingido em 2006 um volume de negócios de 10.949 milhões de euros, 80 por cento dos quais fora de França.
Em Portugal, o grupo, que está presente desde 1923 e conta com 340 colaboradores e cerca de 35 mil clientes, registrou um volume de negócios na ordem dos 105 milhões de euros em 2006.
Além do projeto para Sines, a Air Liquide tem em curso, no período de 2006 a 2008, dois investimentos que rondam os 70 milhões de euros, numa nova unidade de produção de hidrogénio em Estarreja e num centro de enchimento de garrafas em Arruda dos Vinhos, região de Lisboa.
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