Pequena, mas Global

Por David O ‘Keefe

Em um ambiente de negócios tão competitivo quanto o atual, ampliar o mercado de atuação é uma das saídas mais saudáveis e inteligentes para empresas dos mais diferentes portes.

Mas será que pequenas empresas conseguem atuar em um mercado global? A resposta é que, certamente, você não precisa ser grande para isso. É possível se tornar uma empresa mundial. Só é preciso realmente pensar sobre essa estratégia.

Muitas pequenas empresas brasileiras certamente podem e devem avançar no mercado global de produtos, serviços e competências. É muito fácil, embora existam alguns obstáculos a superar.

Mercados maiores significam mais clientes. Apesar de a economia brasileira estar crescendo, e este fator colabora para os pequenos negócios, ela representa apenas 2,75% da economia mundial. Apenas as economias dos EUA e da União Européia em conjunto, são 20 vezes maiores do que a economia brasileira. Há muito mais negócios para além das fronteiras do Brasil.

Menos óbvio, mas igualmente importante, é que atuar tanto localmente quanto globalmente é uma cobertura respeitável no momento de proteger sua empresa contra as adversidades econômicas e movimentos da moeda aqui ou no exterior. As economias emergentes, incluindo o Brasil, muitas vezes são contracíclicas para as economias mais avançadas. Ser capaz de vender ao redor do mundo significa que você pode sempre focar seus esforços onde o crescimento está.

Levar seu negócio para o mercado global também aumenta suas opções estratégicas e táticas. No final de 2008, por exemplo, com o aumento do dólar, os investidores fugiram dos mercados emergentes e fizeram projetos offshore especialmente rentáveis. Em 2010, a queda do dólar e a força da economia brasileira vêm fazendo os empreendedores locais serem buscados por parceiros no exterior. E isso acontece justamente porque a pequena empresa pode mudar de direção mais rápido do que as grandes para aproveitar esses balanços.

A contratação de pessoas para projetos offshore de produção ou terceirização é outro ponto que pode ser indicado como uma razão suficiente para pensar globalmente. No mercado de TI, as empresas brasileiras vêm lutando há algum tempo para recrutar e reter funcionários qualificados, especialmente em São Paulo. E isto não é simplesmente uma questão de salários.

O déficit, já grande, de profissionais de TI no Brasil deve chegar a 200 mil postos de trabalho até 2013. Se assim como o meu, o seu negócio precisa contratar profissionais de TI, precisamos olhar offshore.

Portanto, há boas razões econômicas e estratégicas para buscar o mercado global. E além destes motivos, também é divertido: em um dia típico, trabalhamos com clientes, fornecedores e parceiros que estão espalhados pelo mundo. Os EUA, Canadá, Reino Unido, Irlanda, Equador, Ucrânia, Índia e Líbano são apenas alguns dos lugares onde estamos fazendo negócios neste exato momento. É fascinante conhecer pessoas em tantos lugares diferentes, com culturas tão diversas e é incrível colaborar com eles para benefício de todos.

*David O ‘Keefe, presidente da Lampada Global, empresa brasileira de open source solutions.

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