Por precaução, expansão da energia nuclear no Brasil segue em ritmo lento
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, disse ontem (15) que a expansão da energia nuclear se limita, por enquanto, à construção da Usina Angra 3, em Angra dos Reis (RJ). O governo pretende construir mais quatro usinas termonucleares até 2030, mas os estudos estão sendo encaminhados sem pressa, por causa do acidente nuclear de Fukushima, no Japão. Ainda não há prazos nem locais definidos para a instalação das novas usinas.
“Estamos aguardando para ver o que acontece no mundo para termos condição de tomar uma decisão cautelosa. Não temos necessidade de pressa. Angra 3 já começou a ser tocada e não teria sentido parar, porque seria um custo muito elevado. [Com relação às demais], estamos aguardando. Felizmente, temos uma situação energética muito boa, com muita oferta de energia e não temos razão para ter pressa”, disse ele, após reunião na sede da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib), em São Paulo.
Tolmasquim disse que a prioridade do governo é a geração hidrelétrica, já que o país tem um grande potencial nessa área, e que a energia eólica está ganhando força porque é competitiva, limpa e se complementa muito bem com a hidrelétrica. “Eu diria que temos quatro fontes de energia que estão no centro do abastecimento do Brasil: hidrelétrica, eólica, biomassa e gás”.
O presidente da EPE não incluiu o carvão mineral nessa lista por causa do compromisso do país de reduzir as emissões de gás carbônico até 2020. “O carvão emite quase o dobro de uma térmica a gás. Do ponto de vista energético, o carvão não é necessário e, do ponto de vista ambiental, não é desejável”, disse.
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