Fim de ano será fraco para indústria de materiais de construção
Fim de ano será fraco para indústria de materiais de construçãoA queda mensal nas vendas de materiais de construção em outubro deve se estender até o fim deste ano, pressionada pela desaceleração da economia brasileira e pelo impacto da inflação. Apesar disso, as entidades do setor acreditam que a pressão é pontual e mostram otimismo nas projeções para 2012.
“No mercado, está se percebendo uma retração nas vendas. O Natal do ano passado foi bom, mas neste ano não está sendo,” disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover. Segundo ele, o setor de construção civil tem adiado lançamentos imobiliários e as compras de insumos, enquanto o consumidor também está mais cauteloso diante dos preços altos dos materiais e do noticiário de crise econômica.
Cover também adiantou dados da próxima pesquisa da Abramat que apontam que as intenções de investimento das indústrias de materiais de construção caíram de 78% em setembro para 68% em dezembro. “Já é uma reação à desaceleração nos últimos meses, que mexe um pouco com o humor na indústria. Mas 68% ainda é um número grande. Não é uma crise. É apenas uma retração”.
As vendas varejistas no conceito ampliado (que inclui os segmentos de veículos e material de construção) declinaram 0,4% em outubro ante setembro no País, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Fim de ano será fraco para indústria de materiais de construçãoO resultado anda na mesma direção que a pesquisa da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), que anotou queda de 7% das vendas de materiais no comércio varejista no mesmo período, e da pesquisa da Abramat, que registrou declínio de 3,5% nas vendas em todo o mercado interno.
Na avaliação de Hiroshi Shimuta, membro do conselho da Anamaco, a queda é pontual e não interfere na curva ascendente do varejo da construção. Segundo ele, o faturamento real do setor (já descontada a inflação) deve crescer 5% em 2011 e até 7% em 2012, sustentado pela manutenção dos bons níveis de emprego e renda da população. “As vendas têm uma retração natural no fim de dezembro e se recuperam depois do Carnaval”, afirmou.
Na indústria dos materiais de construção, Walter Cover avaliou que a alta no faturamento real deve ficar em torno de 3% em 2011 e de 4% a 5% em 2012. Apesar da desaceleração da economia brasileira, ele aposta em um ritmo mais forte das obras de infraestrutura para os jogos da Copa e da Olimpíada, além das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Minha Casa, Minha Vida, e de gigantes corporativas, como a Vale e a Petrobras.
Cover também avaliou que, mesmo com uma possível diminuição no número de lançamentos imobiliários na região metropolitana de São Paulo – que apresentou um total de vendas inferior em 2011 ante 2010 – há outros locais onde esse mercado tem espaço para crescer. Ele citou como exemplos a cidade do Rio de Janeiro e a Região Nordeste, especialmente Recife, onde o nível de investimentos está aquecido devido ao Porto de Suape.
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