Iscar investe na nacionalização de brocas-canhão

Com investimento de cerca de US$ 500 mil, a Iscar do Brasil montou em sua fábrica de Vinhedo (SP) uma célula para a produção de brocas-canhão. Além das retíficas cilíndrica e de perfil e da máquina para soldagem por indução, a célula irá contar com vários dispositivos desenvolvidos pela própria Iscar para o controle e a garantia da qualidade das ferramentas.

Luiz Eduardo Nerdido, engenheiro de Aplicação da Iscar, conta que a produção de brocas-canhão na maioria dos países e particularmente no Brasil é quase artesanal. “Os controles são todos manuais e dependem muito da experiência do operador”, explica.

Essa característica levou a matriz da Iscar a investir no desenvolvimento de dispositivos para assegurar a qualidade dos produtos fabricados tanto na Outiltec, na França, como na unidade brasileira. Um dos equipamentos, por exemplo, realiza o teste de vazão de fluidos, oferecendo com exatidão a pressão do fluxo nos canais de refrigeração da broca, além de apontar possíveis obstruções.

As brocas-canhão são compostas de três partes: uma ponta de metal duro, um tubo de aço inox e um driver também em aço. Essas partes são soldadas. Para o teste da qualidade da soldagem entre as partes também foi criado um equipamento especial. Outro dispositivo garante o alinhamento do tubo com a ponta de metal duro, assegurando o máximo alinhamento entre a ponta e o driver. Um quarto dispositivo faz a checagem do run out (desvio) e possibilita a correção. “Esses equipamentos nos permitem garantir 100% de nossa produção, já que todos os itens fabricados aqui passarão por essa checagem”, informa o engenheiro.

A célula terá capacidade de produção de 2 mil brocas/mês. O técnico de ferramentas Daniel de Jesus Barbetta, com larga experiência na produção de brocas-canhão, conta que na célula serão produzidas ferramentas de 1,4 até 40 mm de diâmetro, com comprimento de até 3 metros.

Para Eran Marcus, presidente da Iscar do Brasil, o investimento está ligado ao projeto da empresa de alcançar a liderança do mercado nacional. Para tanto, é fundamental poder oferecer aos clientes uma linha completa. Além disso, lembra que broca-canhão é um item tipicamente especial, exigindo, portanto, maior proximidade com os clientes. “Com a nacionalização, vamos poder prestar um serviço mais rápido e eficiente, tanto no projeto como para os serviços de reafiação, ressoldagem etc.”. Para Marcus, o mercado de furação profunda no Brasil é crescente e, em sua opinião, estava carente.

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