A CST vende placas e bobinas a preços recordes
A CST vende placas e bobinas a preços recordesA Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST) está registrando preços recordes para as suas vendas de placas e bobinas de aço. “Estamos em um período de baixa oferta e preços em alta. Alguns mercados têm déficit de aço”, disse José Armando de Figueiredo Campos, diretor-presidente da CST. A siderúrgica está vendendo placas de aço por um preço entre US$ 410 e US$ 450 a tonelada, cotação que bateu o recorde histórico da empresa, de US$$ 310 a toneladas, verificado em 1989. O preço médio em 2003 foi de US$ 237.
Para as bobinas, a empresa trabalha com o preço entre US$$ 520 a US$ 540 por tonelada, também um patamar sem precedentes para a empresa. A média do ano passado foi de US$ 298 a tonelada. Segundo dados da Accenture e da CST, a demanda mundial por placas em 2005 será de 30,8 milhões de toneladas, sendo que a oferta será de 24 milhões de toneladas, portanto, haverá um déficit de 6,8 milhões de toneladas. Essa diferença, que em 2003 foi de 4,8 milhões de toneladas, deverá atingir 15,2 milhões de toneladas em 2010.
Em contrapartida, segundo o diretor comercial da CST, Benjamin Mário Baptista Filho, os preços dos insumos (carvão e minério de ferro) e dos fretes internacionais também dispararam. “Os fretes internacionais estão três vezes mais caros na comparação com igual período do ano passado”, disse Benjamin. Segundo ele, o transporte dos produtos nos navios passou de US$ 23 a tonelada para US$ 80 a tonelada.
Por conta dessas “disparadas dos preços” tanto do aço como do frete e dos insumos, segundo José Armando, a empresa está preservando as margens de lucro parecidas com as do quarto trimestre de 2003. As vendas de bobinas devem alcançar 2 milhões de toneladas em 2004, sendo 1,5 milhão no mercado interno e 500 mil toneladas para o externo. Em 2003 a empresa vendeu 1,13 milhão de toneladas. “Estamos na fase de atrair mais clientes para aumentar nossa participação”, disse Benjamin. “Cerca de 90% dos grandes clientes de bobinas já tem contrato com a CST”, disse.
A produção de placas deverá ser de 5 milhões de toneladas, contudo, 2 milhões serão transformados em bobinas. As vendas de placas deverá recuar de 3,86 milhões de toneladas para 3 milhões de toneladas. José Armando disse que o mercado mundial de aço deverá crescer cerca de 4% a 5% até 2010. “E a China ainda é a grande locomotiva”, disse. O diretor comercial da CST confirmou que a empresa entrará em setembro com um processo administrativo na Organização Mundial do Comércio (OMC) para a revisão das sobretaxas adotadas pelo governo norte-americano, como forma de exportar bobinas para os EUA. “Já contratamos advogados para isso e vamos solicitar uma taxa específica para a CST”, disse. O processo leva cerca de 6 meses para ser analisado e o executivo espera uma sobretaxa zero ou um algo bem próximo disso.
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