Gestão Bem-equipada
Gestão Bem-equipadaExperiência e dedicação. Talvez essas sejam as características que mais identificam o superintendente de manutenção da Cosipa – Companhia Siderúrgica Paulista. E não é para menos. Há quase 25 anos, Alberto Januário – mineiro de Divinópolis – atua na área de manutenção de equipamentos. Engenheiro mecânico formado pela Universidade Federal de Minas Gerais, trabalhou 20 anos na área de manutenção de laminação a quente da Usiminas, siderúrgica situada em Ipatinga. Como funcionário da Usiminas, prestou assistência técnica no Brasil para a Cosipa e para outras empresas do ramo, como a Açominas e a CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão e, no exterior, para a Siderar, na Argentina. No Japão, participou de treinamentos na Nippon Steel Corporation e Hitachi e acompanhou a fabricação de equipamentos da Usiminas na Toshiba, Yuken e Kawasaki.
Há quase 5 anos na Cosipa, trabalha como superintendente de manutenção, contando com uma equipe de 560 funcionários diretos e mais de 2.700 terceirizados. Para coordenar todos esses trabalhadores, a organização tem uma política de manutenção já preestabelecida que facilita o relacionamento entre os funcionários próprios e os terceirizados. Segundo Januário, essa política é voltada para a manutenção preventiva com a utilização de técnicas preditivas, tendo como objetivo manter a performance dos equipamentos, determinando a maior vida útil possível de seus componentes.
“Ou seja, temos como princípio descobrir qual é o ponto de quebra do equipamento para que seja possível intervir nas paradas programadas da manutenção preventiva, evitando interrupções inesperadas que possam prejudicar a linha de produção”, esclarece o superintendente de manutenção. “Temos essa cultura e essa filosofia de trabalho a seguir. A isso, acrescentamos a disciplina e a experiência da equipe. Então é possível que cada um trabalhe dentro de sua área de atuação para que tudo aconteça corretamente. E os trabalhadores terceirizados também seguem esses princípios para que haja harmonia na operação”, complementa.
Sob sua coordenação, estão as seguintes gerências: gerência de engenharia de manutenção, que envolve as áreas específicas de engenharia de manutenção, de projetos e de controle de sistemas de manutenção; gerência de manutenção eletromecânica e de oficinas, que fazem manutenção preventiva, grandes reparos e serviços de oficina; gerência de serviços de manutenção; gerência de manutenção de reparos das laminações a quente e a frio e de energia e utilidades (como o fornecimento de água e de gás); e a gerência de equipamentos especiais, que envolve toda a parte de instrumentação.
Sem estresse – Com uma estrutura dessas, é praticamente impossível não estar à disposição de todos. Quando chegamos à Cosipa para entrevistá-lo, ele havia retornado da área industrial como seu capacete e perneiras, onde foi pessoalmente verificar um equipamento. Mas garante que não há estresse nas atividades de seu dia-a-dia.
“Sem dúvida, trabalhamos numa área em que estamos sempre à disposição, 24h por dia. Mas, em média, as solicitações acontecem dentro de um nível esperado por nós. Como seguimos um planejamento previamente determinado, o número de vezes em que somos acionados é bem menor do que o de uma gestão sem programação. E quanto ao estresse, há uma vantagem interessante. Temos sempre um dia diferente do outro. Isso alivia bastante, já que não temos uma rotina diária a seguir; então não ficamos tão expostos ao estresse”, explica Januário.
O dia-a-dia da manutenção na Cosipa é voltado à inspeção dos equipamentos, de pequenos reparos que possam ser feitos off line (quando o equipamento não está operando na linha de produção) a fim de desenvolver um trabalho que seja voltado à menor ocorrência de quebra de equipamentos, além de atendimento à manutenção preventiva e a grandes reparos. A superintendência também desenvolve projetos de manutenção, de controle dos sistemas de manutenção e de engenharia de manutenção, bem como estipula serviços de melhorias nos equipamentos.
Também é de responsabilidade da superintendência a realização de ações de manutenção de maneira geral, incluindo todas as preventivas da usina e os setores de estrutura, tubulação, tapamento e cobertura, topografia, civil, predial, de pequenas obras, refratário (fornos das laminações a quente e a frio, manutenção de canais e altos fornos), refrigeração, oficinas, reparo nas laminações a quente e a frio, energia, utilidades, pontes rolantes, instrumentação, equipamentos especiais e telecomunicações.
Evitando prejuízos – Para ter um controle de todas essas atividades, a Cosipa elabora anualmente um plano diretor, que define quantas vezes uma determinada área da companhia vai ter uma intervenção preventiva, quais os grandes reparos a serem feitos e quais os investimentos correntes para o período, que podem ou não ser feitos pela área de manutenção. Além disso, há também um plano mensal, que inclui o efetivo necessário para executar o que foi estabelecido no plano diretor, bem como a programação dos serviços a serem realizados, informando a data da execução de cada um e o horário da parada do equipamento para a realização da manutenção.
“Aqui na Cosipa, sempre quando acontece alguma interrupção na produção, é feita uma análise do que aconteceu. Chamamos de Análise de Falha, para descobrir porque ela aconteceu e quais as conseqüências geradas”, conta Januário. Ele diz ainda que, com o passar dos anos, foi possível perceber várias mudanças, não só em relação à manutenção, mas também sobre a atuação das empresas como um todo. “Apesar da área de manutenção ser muito tradicional, as metodologias vêm se transformando, fazendo com que a eficiência dos equipamentos seja cada vez melhor, assim como a qualidade do produto que também é afetada. E de uns anos para cá, o mercado tem dado muita importância à otimização de custos, à segurança dos funcionários e à preservação do meio ambiente. São valores mais recentes que fazem parte da cultura de várias empresas, inclusive da Cosipa”, afirma o superintendente.
Para que o trabalho seja feito da melhor maneira possível, a Cosipa oferece treinamento técnico aos funcionários da manutenção, através de parceria com o Senai de Santos e de Cubatão, de assistência técnica da Nippon Steel Corporation e Usiminas e cursos de MBA (Master in Business Administration) para gerentes e analistas. A meta da empresa é treinar o máximo possível de trabalhadores para que as atividades sejam praticadas de forma eficiente. Até o mês de agosto deste ano, a companhia realizou 16.294 horas de treinamento de manutenção, o que representa uma média de 2 mil homens/hora por mês de treinamento.
Em 2003, a verba de manutenção Cosipa já representa em média 8,9% do faturamento líquido da empresa. Esse percentual, segundo Januário, está dentro das metas estipuladas no planejamento da companhia para o período. Para o próximo ano, a expectativa é que os custos da área permaneçam dentro dessa média.
Cadastro de fornecedores – Quando a empresa necessita trocar peças em seus equipamentos, consulta o seu cadastro de fornecedores, todos habilitados em certificações ISO 9000. Todos eles passam por um critério de avaliação do Sistema Usiminas, verificando prazo de entrega, qualidade da peça, atendimento e preço adequado ao produto solicitado. “Temos essa preocupação em relação aos fornecedores para que possamos adquirir produtos ou serviços que tenham a qualidade desejada pela companhia, visando da mesma forma a qualidade de nossa linha de produção”, revela Januário.
Ainda para 2004, está prevista a implantação do sistema SAP também na área de manutenção da Cosipa. Atualmente, a companhia utiliza o sistema Acom, desenvolvido pela Usiminas.
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