Nariz eletrônico é criado com nanobiosensores

Utilizando minúsculos sensores bioeletrônicos, um grupo de cientistas está criando um sistema olfativo semelhante – ou até melhor – do que o nariz humano. O nariz eletrônico é baseado nos receptores olfativos naturais, e poderá ser utilizado em uma ampla gama de setores, da medicina à agricultura, passando pela indústria e pela proteção ao meio-ambiente.

“Os usos potenciais da tecnologia do cheiro são infinitas,” diz Josep Samitier, coordenador do projeto SPOT-NOSED, que reúne cientistas da Espanha, Itália e França.

Os sensores são na verdade nanobiosensores. Eles são construídos colocando-se uma camada das proteínas que constituem os receptores olfativos do nariz de um animal sobre um microeletrodo. Medindo a reação que ocorre quando as proteínas entram em contato com diferentes odores, o sistema é capaz de detectar cheiros em concentrações que seriam imperceptíveis para os seres humanos.

“Nossos testes mostraram que os nanobiosensores reagem a algumas poucas moléculas de odores com um elevado grau de precisão. Alguns dos resultados dos testes ultrapassaram nossas expectativas,” disse Samitier.

Os cientistas estão utilizando proteínas copiadas geneticamente do nariz de ratos de laboratório. Para um nariz eletrônico funcionar adequadamente, são necessários centenas de tipos de proteínas. O nariz humano, por exemplo, utiliza 1.000 proteínas diferentes para permitir que o cérebro reconheça cerca de 10.000 odores diferentes.

Os nanobiosensores já demonstraram funcionar melhor do que se esperava. Os cientistas agora vão desenvolver o sistema complementar – instrumentos e programas de computador necessários para que o nariz eletrônico aponte corretamente os cheiros.

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