2ª Feiman impulsiona o turismo de negócios na Baixada Santista
Encontrar as mais recentes inovações tecnológicas destinadas a vários setores da indústria, concentradas num amplo espaço com 10 mil metros quadrados, com infra-estrutura adequada para reuniões, apresentações e debates, contatos e estreitamento de relações com diversas empresas, visando ao fechamento de negócios futuros, é um dos grandes atrativos oferecidos pela 2ª Feiman – Feira Industrial de Manutenção e Suprimentos, que será realizada entre 27 e 29 de novembro, em Santos, São Paulo.
0 mix apresentado pelos 130 expositores reunidos no Pavilhão de Exposições do Mendes Convention Center engloba produtos destinados a diversos segmentos da indústria, comércio e serviços, tais como modelos de alinhador de mancais de máquinas a laser, coletor e analisador portátil de dados de vibrações. Os estandes mostrarão ainda produtos de medição de qualidade de energia, equipamentos de endoscopia industrial e localizador de fugas por ultra-som destinado a aparelhos de ar comprimido e de vácuo. 0 borne à mola, com saída plugável, e o modular contra sobretensões para engenharia de telecomunicações são outras duas novidades, além de uma central de alimentação bivolt, um lançamento mundial que substitui seis modelos anteriores.
A oportunidade para o expositor reforçar a sua marca e mostrar sua linha de produtos representa apenas o ponto de partida de novos horizontes, segundo Valter Pavani, gerente de Marketing da Phoenix Contact, uma das empresas expositoras. “Os negócios numa feira ocorrem até 180 dias após os primeiros contatos”, diz ele, ao informar que a sua empresa lançará novos produtos de linha no evento.
Flávio Rodrigues, diretor da Litoral Eventos – Feiras e Congressos, organizadora da 2a Feiman, compartilha do otimismo de Pavani, lembrando que a Baixada Santista é o maior Pólo Industrial da América Latina e que, por isso, deverá promover, como na primeira edição da Feira, um significativo volume de transações comerciais entre expositores e visitantes.
Alberto Januário, superintendente de Manutenção da Cosipa, complementa dizendo que o evento “é um agente catalisador e uma oportunidade de aumentar a integração da comunidade de manutenção da Baixada Santista, identificando pontos comuns e, com isso, obtendo maior aproximação dos profissionais da área, trazendo conhecimento, atualização e possibilitando o desenvolvimento para a região, incluindo novos fornecedores, equipamentos, produtos e serviços.
No caso específico da Cosipa, as palestras e trabalhos técnicos enfatizarão o alto grau de evolução da manutenção obtido com investimentos em novos equipamentos e transferência de tecnologia de siderúrgicas japonesas. Em contrapartida, a siderúrgica paulista espera conhecer soluções adotadas por outras empresas que complementem a capacitação do profissional da manutenção. Januário vê oportunidade “para a exposição de idéias, propiciando discussões entre os participantes, que focalizem aplicações práticas nas mais diversas áreas, tais como mecânica, elétrica, lubrificação, instrumentação e automação”.
Realizada no mesmo local em 2001, a primeira edição da Feiman reuniu 95 expositores, que receberam cerca de dez mil visitantes. “0 sucesso alcançado no ano passado está se refletindo no desempenho deste ano, uma vez que houve um crescimento de 40% no número de expositores. E mais: 90% do total dos participantes deste ano são novos”, compara o diretor da Litoral Eventos.
Marcas fortes do setor de manutenção como Balluf, GE Suplly do Brasil, Inox – Tech Servicenter (Grupo Feital), M. Shimizu, SEW – Eurodrive, W. Service, Tyco Eletronics estarão presente entre os expositores, o que torna a Feira um local de visita obrigatória por parte dos dirigentes de empresas da Baixada Santista, segundo o gerente de manutenção da Companhia Santista de Papel, Otto Padilha Kossling. Na opinião dele, a Feiman representa “uma vitrine onde se pode ver o que a há de novo sendo ofertado pelos fornecedores em tecnologias, produtos e serviços, com qualidade e custos competitivos” . A visita e os contatos poderão evoluir, segundo ele, possibilitando o conhecimento de novos parceiros que poderão contribuir com seu conhecimento, produtos e serviços para agregar valor ao processo industrial, além de aumentar a lucratividade das empresas.
É o que espera, por exemplo, João Valentim Reche, gerente-geral da Ferramentas para Manutenção, de São Caetano do Sul (SP), que vê na Feira a oportunidade de contato não só com empresas da Baixada Santista, como da região do ABC paulista, devido à proximidade geográfica. “Vamos lançar um alinhador de mancais de máquinas a laser, um novo coletor e analisador de dados de vibrações totalmente portátil, produtos de medição de qualidade de energia, equipamentos de endoscopia industrial e um novo localizador de fugas por ultra-som para verificar fugas de ar comprimido e de vácuo”, informa Reche, lembrando que a Petrobras e a Cosipa estão entre os grandes clientes na área de equipamentos para alinhamento de mancais a laser. Um dos objetivos da Ferramentas é se aproximar dessas e de outras grandes empresas da região litorânea, como Union Carbide e Dow Química.
A Ferramentas para Manutenção foi fundada em 1999 por técnicos e especialistas de manutenção preditiva nas áreas elétrica, mecânica e pneumática, com a filosofia de oferecer ao mercado brasileiro as ferramentas mais avançadas, com a melhor relação custo-benefício e serviços pós-venda.”Temos uma política de assistência técnica de fornecimento temporário de equipamento de substituição, sem custo adicional, entregue pelo cliente para ser recalibrado ou reaferido, permitindo não interromper seus serviços”, destaca Reche.
Um estoque de equipamentos sobressalente será mantido à disposição da clientela, para assegurar o abastecimento deste serviço. Sua linha de produtos comercializados envolve medidores, analisadores de vibrações, alinhadores de mancais a laser, calços para alinhamento, detectores de fugas por ultra-som, aparelhos de vídeoendoscopia, equipamentos de termografia, malas especiais à prova d’água, oscilógrafos digitais, analisadores de energia, alicates amperímetros AC/DC e analisadores de motores elétricos.
Outra expositora que tem grande expectativa de fechar negócios é a Sime do Brasil Indústria e Comércio, instalada desde 1987 em Itatiba (SP), para ser fornecedora para o mercado nacional dos produtos da controladora francesa Sime Industrie. “Nossos produtos são engenheirados, por isso, o estande na Feira deverá gerar interesse para consultas depois do evento, quando deverão ser iniciados negócios”, comenta o consultor da Sime, Jorge Riether, acrescentando que a empresa espera fechar 2002 com faturamento de R$ 5 milhões, apesar da desaceleração econômica, afetada pela crise cambial.
Atuando no desenvolvimento e na fabricação de freios a disco, a indústria de Itatiba possui hoje um mix abrangente, como eletromagnéticos, hidráulicos, pneumáticos e mecânicos, além de sistemas auxiliares para o monitoramento dos mesmos, como quadros eletrônicos de comando, unidades hidráulicas, painéis eletropneumáticos e boosters ar / óleo (intensificadores de pressão).
De olho nos 15 mil visitantes que deverão transitar pelos estantes, Reither faz seus cálculos: “Um vendedor consegue visitar no máximo dez empresas por dia, enquanto num evento como este se pode fazer um número de contatos muito maior em pouco tempo”, compara. Os principais alvos para ampliação de seus negócios na Baixada Santista são a Cosipa, a Petrobras e a Cargill, além de empresas do Pólo Petroquímico de Cubatão. Os principais mercados nacionais de freios são a siderurgia e a petroquímica, enquanto os isoladores de mancais possuem demanda mais diversificada. Por sua concentração industrial, a região Sudeste se constitui na principal área de comercialização de produtos da Sime.
Com a esperança de obter, pelo menos, resultados semelhantes ao do ano passado, a OV Rep Comércio e Representações, de São Paulo (SP), também fez sua aposta. “Fizemos vendas ao longo deste ano decorrentes de contatos realizados na Feira, em 2001, e temos boas perspectivas para este ano”, declara o diretor técnico e comercial da OV Rep, Orlando Vulcano Júnior.
Mesmo considerando que o espaço de tempo entre as duas edições da Feira foi pequeno para planejar e desenvolver novos produtos, Vulcano Júnior está otimista em relação aos seus lançamentos. A empresa produz engrenagens industriais e acoplamentos flexíveis, fornecendo peças e equipamentos, e considera sua presença no evento estratégica. “Cerca de 40% de nossas vendas são para empresas da região e acreditamos haver potencial para aumento, especialmente para indústrias como Bunge, Cosipa e Cargill”, observa o diretor da OV Rep. Com representantes comerciais nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Ceará, os dois carros-chefes de suas vendas são os acoplamentos flexíveis da marca Antares e as engrenagens industrias da Fresadora Santana. Com a retração da economia brasileira neste ano, o movimento de negócios caiu cerca de 40% em relação ao volume alcançado no ano passado, quando se registrou crescimento de 20% sobre o exercício anterior. Vulcano conta com os resultados da 2a Feiman para recuperar parte das perdas registradas por causa da desaceleração da economia.
Casa Cosipa
Ampla capacidade de fabricação, independência financeira, habilidade para inovar e presença estratégica internacional são os diferenciais com os quais a Phoenix Contact conta para marcar sua presença na Feiman, onde pretende mostrar bornes, interfaces modulares, tecnologia de automação e protetores a transientes de tensão, além de expor sua metodologia de treinamento de equipes técnicas de manutenção.
A multinacional de origem alemã, com 80 anos de história e há dez anos presente no Brasil, com filial em São Paulo, tem forte apreço pelas parcerias. “A maior parte dos treinamentos de equipes de nossos clientes finais, como Cosipa, Audi-Mercedes, Volks, GM e outros”, ressalta o gerente da área de Marketing da Phoenix Contact, Valter Pavani, ressaltando que tem interesse em ampliar sua participação nesse mercado por meio dos contatos que serão realizados. 0 foco de seu estande é institucional e visa a divulgar sua linha de produtos.
Um deles é o borne à mola com saída plugávei, da série ST Combi, com instalação modular e que se apresenta flexível e rápido com o sistema “plug-in”. Estará em exposição também o protetor modular contra sobretensões para engenharia de telecomunicações ComTrab. É apropriado para proteção de equipamentos ISDN, conexões T-DSL ou sistemas Ethernet, uma vez que o magazine é preenchido com uma barra de aterramento para sinal e conectores destinados a sinal com proteção selecionáveis.
0 estande na Feira terá também o lançamento mundial de uma fonte de alimentação bivolt, regulável para trabalhar em paralelo, com reserva de carga e reunindo num único modelo funções de seis outros que o antecederam. As empresas do Pólo Petroquímico de Cubatão representam o alvo principal da estratégia de venda da Phoenix Contact.
Mais do que ganhar espaço em novos mercados, a presença da Phoenix na 2a Feiman representa também um ensaio para vôos mais altos em 2003, quando a empresa pretende entrar no Pólo de Camaçari, na Bahia. “Já temos negócios com a Petrobras e o setor petroquímico se apresenta como uma evolução natural”, conclui Pavani.
Dando uma forte demonstração sobre as potencialidades do aço, uma das principais atrações da Feira será, sem dúvida, a Casa Cosipa, projeto desenvolvido pela siderúrgica paulista visando ampliar o consumo de aço plano pela construção civil, além de representar uma alternativa habitacional focada no social. 0 projeto consiste, na prática, numa planta piloto de moradia popular construída com estrutura metálica. “As empresas prestadoras de serviço de manutenção teriam facilidade em se adaptar para montar a estrutura deste projeto. 0 treinamento é simples, pois não há soldagens e as partes são todas parafusadas”, explica o coordenador do Núcleo do Aço na Construção da Cosipa, o arquiteto Roberto Inaba.
0 projeto foi concebido com base no padrão da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo), e tem dois dormitórios, sala, cozinha e banheiro, num total de 36 metros quadrados de área útil no módulo básico, com possibilidade de ampliação para três dormitórios por meio da utilização de um “kit” de expansão com 18 metros quadrados. A iniciativa foi desenvolvida pela Cosipa no primeiro semestre deste ano. A produção e a comercialização foram entregues, no final do período, à Pires do Rio, empresa processadora e distribuidora de aço com sede em São Caetano do Sul (SP).
“A companhia fornece a bobina à Pires do Rio, que se encarrega de cortar o material, fazer os perfis e dobrá-los a frio, de acordo com a geometria usada no canteiro de obras. Após furados, seguindo o desenho da montagem, os perfis recebem pintura de fundo e são preparados para o transporte”, detalha Inaba, relacionando as etapas do processo industrial. A estrutura metálica é de aço COS AR COR 400E, que oferece maior resistência à corrosão atmosférica, sendo embutida nas paredes. 0 kit é composto por apenas quatro tipos diferentes de perfis; o maior pesa 23 quilos.
Além da resistência e flexibilidade, outra grande vantagem do projeto é o prazo para conclusão da moradia, uma vez que a sua estrutura pode ser montada, em média, em cinco horas. A casa fica pronta no prazo de seis a dez dias, enquanto para executar um projeto convencional são necessários cerca de 40 dias. Depois de montada, a Casa Cosipa, que tem alicerces semelhantes aos das habitações convencionais, pode receber qualquer tipo de telha, forro, piso e esquadrias. A alvenaria serve apenas como vedação, podendo ser executada com bloco cerâmico, de concreto ou qualquer outro tipo de material, permitindo a adaptação aos materiais mais acessíveis de qualquer região, dentro de uma concepção de Sistema Construtivo Aberto.
Comparando-se com as cotações de mercado, o investimento previsto para a montagem de uma Casa Cosipa é bastante competitivo, ficando em R$ 13.500,00. Por isso, a casa está tendo boa aceitação. “Cerca de 40 prefeituras mantiveram contato conosco, interessadas na compra de projetos. Aguardamos apenas a finalização do processo de aprovação da CDHU para começar o fornecimento com base em seu programa de moradias populares”, informa Inaba, lembrando que a siderúrgica busca novos parceiros de montagem.